O principal esquema de distribuição de crack em Apucarana, Norte do Paraná, foi desmontado na manhã desta terça-feira (26) pela Polícia Militar. Uma operação especial resultou no cumprimento de mandados de prisão preventiva de 12 pessoas suspeitas de ligação com a venda da droga na cidade e região. A operação foi batizada de Barriga, em alusão ao acusado de chefiar o esquema, Fernando Silva, que atende pelo apelido de ?Barriga?. Também estão presos a mulher dele, Marilene de Arruda Oliveira, Orlando Gomes de Oliveira Filho, o ?Dinho?, e Cleyton Fernando da Costa, o ?Creca?, que seriam distribuidores do crack.

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Os mandados foram cumpridos no início da manhã. Para evitar fugas, todas as principais saídas de Apucarana foram fechadas pela polícia. Também na manhã desta terça-feira (26) policias civis do Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos) cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão na operação Anti-Spam. Uma das presas na operação do Nurce, Soraya Machado, que emprestava a conta corrente para desvio de dinheiro por hackers pela internet, é acusada de usar o próprio filho para traficar. Segundo a PM, ela também já chegou a esconder pedras de crack dentro da cueca de uma criança de apenas 6 anos.

Investigação 

O levantamento de informações que levaram às prisões começou em março. Dois acusados de integrar o esquema de distribuição de droga tinham sido presos anteriormente: Deivid Willian Brito de Souza, 18 anos, soldado do Exército, e Jadson de Souza da Silva. Para embasar os pedidos de prisão, foram realizadas filmagens que comprovam a movimentação nos pontos de venda de crack. Pelo que foi apurado, ?Barriga? entregava a droga, que era ?batizada?, ou seja, recebia substâncias que faziam aumentar sua quantidade.

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O primeiro suspeito de integrar a quadrilha a ser preso, em março, foi Taffarel Roberto Martins. Ele tinha fugido de um bloqueio policial, mas foi detido e, com ele, a polícia encontrou 100 gramas de crack, além de 5 gramas de cocaína, bem como um caderno com anotações sobre o tráfico. No carro, que era clonado, também estava Alexandre César Paim, conhecido como ?Bode?. Em abril, a PM conseguiu encurralar o foragido da Justiça Orlando Gomes de Oliveira Filho, o ?Dinho?, em sua residência. Na casa estava ainda Fernando Silva (?Barriga?), mas ?Dinho? assumiu a responsabilidade pela droga encontrada? 50 gramas de crack ? e pela arma apreendida no local.

Todo o trabalho teve acompanhamento do Ministério Público. Com o cruzamento das informações levantadas, a partir das denúncias e do trabalho policial foram realizadas várias descobertas. No cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, os policiais encontraram uma carta de ?Barriga? (que estava preso desde maio, por envolvimento com drogas), em que ele dava ordens sobre como deveria funcionar o esquema de distribuição de drogas, de dentro da cadeia. Na carta, endereçada à mulher dele, estava explicado onde era o esconderijo da droga, na própria casa: o crack ficava enterrado. Ao comprovar a participação de cada suspeito de fazer parte da quadrilha, a polícia solicitou autorização ao Poder Judiciário para que pudessem ser realizadas as prisões.

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