Raphael Suss Marques, o namorado da fisiculturista Renata Muggiati, 32 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (15), por policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O rapaz, que é médico de vários lutadores de MMA de Curitiba, era investigado desde o dia em que Renata morreu, na madrugada do dia 12 de setembro do ano passado, quando teria caído do 31º andar do prédio onde morava, na Rua Visconde do Rio Branco, na esquina com Comendador Araújo, no centro de Curitiba.
O inquérito foi encerrado no mês passado e concluiu que Renata não caiu, mas sim foi morta pelo namorado e depois jogada do apartamento. O médico foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado e, se condenado, a pena pode chegar a 30 anos.
A suspeita de que o médico estrangulou Renata, o que acabaria com a hipótese de que ela tivesse se jogado do prédio, começou nas primeiras horas após a morte. Raphael já tinha sido preso outra vez, em setembro do ano passado, mas foi solto menos de um mês depois por causa de um segundo laudo que ia contra o que dizia o primeiro documento feito pelo Instituto Médico-Legal (IML).
“Inquérito foi conclusivo”, afirma delegada. |
O primeiro laudo de necropsia apontava que Renata teria sofrido asfixia mecânica e caído já morta. O segundo laudo dizia o contrário. Acontece que um terceiro laudo, feito com a exumação do corpo, no começo de outubro, comprovou o que dizia o primeiro. O caso, que agora segue em segredo de Justiça, teve nova reviravolta.
A prisão é preventiva e, para a polícia, o inquérito foi o suficiente. “Não podemos entrar em detalhes, por causa do segredo de Justiça, mas o que podemos dizer é que o inquérito foi conclusivo e, para nós, ficou comprovado o que a suspeita já apontava”, disse a delegada Ana Cláudia Machado, responsável pelas investigações.
A polícia não divulga nenhuma informação sobre o conteúdo das investigações e muito menos dá detalhes sobre o que foi descoberto para que o segundo pedido de prisão fosse aceito pela Justiça. Além da prisão, que ao contrário da primeira não tem prazo, os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na residência e na clínica do médico. Um celular e um notebook foram apreendidos.
Foto: Giuliano Gomes. |
“O que nós queremos mostrar com essa investigação e com todo o nosso trabalho, é que o estado do Paraná não vai permitir que aconteçam agressões contra as mulheres. Vamos combater qualquer forma de violência”, disse a delegada Ana Cláudia.
Calado e sem esboçar nenhum sentimento, Raphael foi encaminhado ainda na manhã desta sexta-feira ao IML, para exames de corpo de delito. Logo depois, o rapaz foi levado à DHPP e deve ser encaminhado ao sistema prisional.
Alívio<,/p>
Para a família de Renata, a prisão de Raphael foi um alívio e representa o início da Justiça sendo feita. Mas para que a Justiça seja feita, de acordo com a advogada que representa os familiares, Zeila Plath Silva, ainda vai demorar. “A família acredita no que a polícia descobriu e não resta dúvida, mas dependemos que o Ministério Público do Paraná aceite a denúncia feita agora pela DHPP, para que ele vá a júri”, explicou.
Defesa contesta
O advogado Edson Vieira Abdala, que representa Raphael, disse que a prisão nada mais é do que uma perseguição, por outros interesses em jogo, mas não entrou em detalhes sobre o assunto citado. O advogado afirma que não houve asfixia e que o caso está baseado em factoides.
Segundo o advogado, o rapaz nunca agrediu Renata. Sobre os ferimentos que aparecem nas fotos, enviadas por Renata ao advogado criminalista Claudio Dalledone Junior, onde ela dizia que tinha sido agredida, a defesa afirma que aconteceram por causa de um acidente de trânsito.
Edson Abdala criticou o segredo de Justiça, disse que isso tem dificultado a defesa e que Raphael não matou Renata. “Não querem dar paz ao espirito dessa mulher, que escolheu se matar”, disse.
Ela caiu do 31º andar do prédio onde morava, na madrugada de sábado. Foto: Reprodução/Facebook. |