Depois de passar quatro meses sofrendo ameaças de um criminoso, a família de um empresário denunciou o caso à polícia. Júlio César Nunes, 31 anos, foi preso por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) ao extorquir R$ 1.500 da família. Júlio dizia que se eles não pagassem o valor exigido, o filho do empresário, que está preso por tráfico de drogas, seria assassinado na cadeia.
De acordo com o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, do Cope, a família era ameaçada desde o mês de abril. Afirmando ser integrante de uma facção criminosa, Júlio cobrava certa quantia em dinheiro para garantir que o filho do empresário continuasse vivo.
O marginal telefonava, sempre de diferentes telefones públicos, e combinava a quantia e o local onde o pagamento seria feito.
A família deixava o dinheiro em um estabelecimento, provavelmente de conhecidos de Júlio, e, depois, o criminoso o apanhava. Dessa forma, nem o empresário, nem o bandido se viam.
O empresário pagou R$ 2 mil na primeira extorsão. Mesmo recebendo a quantia, Júlio continuou a telefonar e estendeu as ameaças para outros membros da família. Em junho, houve nova extorsão, e o criminoso exigiu R$ 3 mil,
mas teria recebido apenas R$ 1 mil da família. Em julho, o empresário sofreu a terceira ameaça. Júlio pediu R$ 3 mil, mas o empresário negociou e acertou o pagamento em R$ 1.500. Cansado de ?ficar nas mãos? do marginal, o pai do preso finalmente procurou a polícia e denunciou o caso.
Prisão
Na última segunda-feira, Júlio foi preso em flagrante.
A vítima de extorsão combinou entregar o dinheiro – R$ 1.500 – em um lava-car, no Jardim Primavera, em São José dos Pinhais. Ela foi até o local combinado e deixou a quantia, enquanto os policiais ficaram escondidos no estabelecimento. Algum tempo depois, Júlio foi apanhar o dinheiro sendo preso em flagrante. Para a surpresa do empresário, o homem que lhe ameaçava era um ex-funcionário, que conhecia os membros da família e a rotina de todos. ?O próximo passo será investigar se ele realmente tem ligação com alguma facção criminosa, ou se apenas estava se aproveitando da fragilidade da família, para qual já tinha trabalhado?, disse o delegado, lembrando que Júlio já tem passagem por furto, em Santa Catarina, e que será levado ao Centro de Triagem II, em Piraquara.