A Polícia Federal está aguardando apenas uma decisão judicial para cumprir novos mandados de busca e de prisão relativos à ?Operação Março Branco?, que resultou na prisão de uma milícia armada, financiada por ruralistas da região de Ponta Grossa, para intimidar e ameaçar a atuação de grupos de sem terra.
De acordo com o superintendente da PF, Jaber Saadi, com base no material apreendido na última terça-feira, foram feitas novas averiguações e chegou-se a mais nomes de pessoas envolvidas no esquema criminoso.
Depois de quase dois anos de investigação, a PF prendeu o tenente-coronel da PM Valdir Copetti Neves, acusado de liderar a milícia armada que recebia dinheiro de fazendeiros para evitar invasões de terras. Outros cinco PMs da reserva foram presos acusados de participarem do esquema, além de outras duas pessoas que se infiltravam entre os sem terra para passar informações ao grupo.
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) – que investiga os conflitos no campo e a reforma agrária -, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), disse que já está marcada uma audiência pública para o próximo dia 18, em Curitiba, para ouvir os envolvidos no esquema criminoso. ?Não tinha chegado até nós nenhuma denúncia da existência de milícias armadas no Paraná, muito menos do envolvimento de policiais no esquema?, disse o senador. Dias afirmou que casos semelhantes – de formação de milícias e envolvimento policial – só foram levantados pela CPMI no Pará e no Pontal do Paranapanema.