Um novo suspeito de participar do crime do Morro do Boi, em Caiobá, em 31 de janeiro, foi detido na manhã de ontem, em Curitiba. Trata-se de um jovem, de 19 anos, que era frequentemente visto com Juarez Ferreira Pinto, 32, preso na terça-feira da semana passada, no balneário Santa Terezinha.

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Juarez foi reconhecido pela jovem baleada no morro, como autor dos tiros que a feriram e que mataram seu namorado, Osíris Del Corso, 22. Ele foi ouvido e liberado, porque a testemunha que o teria reconhecido não apareceu na delegacia.

O novo suspeito, que não teve seu nome divulgado, por algum tempo vendeu cerveja pela praia, e dormia no mesmo quarto que Juarez. Magro, alto, moreno claro, de barba rala e com uma folha de maconha tatuada na mão esquerda, o rapaz tem antecedente criminal por furto e uso de entorpecente.

De acordo com as investigações da força-tarefa organizada para esclarecer o crime, desde os primeiros trabalhos havia a informação que Juarez foi visto descendo o morro em companhia de outra pessoa.

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Juarez nega o crime, assim como o rapaz detido. “Não tenho nada a ver com esta confusão”, afirmou o jovem, que foi conduzido à delegacia de Matinhos, responsável pelo inquérito policial. Ele, vez por outra, ensaiava choro para reforçar inocência, mas omitiu detalhes de sua vida pregressa e negou que tivesse relacionamento homossexual com Juarez.

Testemunha

Assim que Juarez surgiu como principal suspeito, um homem, que diz ser ex-usuário de drogas, procurou o programa Tribuna da Massa, da Rede Massa de Televisão, e contou que na noite de 31 de janeiro viu Juarez e o novo suspeito, descendo juntos o Morro do Boi, por volta das 21h, ambos apressados e sem camisa.

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A testemunha conhecia Juarez, sabia que ele tinha uma relação homossexual com o outro rapaz, que ambos consumiam drogas e sabia ainda que Juarez costumava andar muito devagar, de forma “ “molenga”, e estranhou os dois estarem caminhando rapidamente. Mais tarde, quando soube do crime, imediatamente suspeitou da dupla.

Segundo um delegado, as informações da testemunha batem com o que é dito pelo novo suspeito. A polícia aguarda que ela compareça à delegacia para fazer o reconhecimento e garante que seu nome será mantido em sigilo. Dizendo temer por sua segurança, a testemunha relutava em comparecer na delegacia. Até o fechamento desta edição ela não havia procurado a polícia.

Casal foi assaltado durante passeio

A polícia trabalha agora com a versão de latrocínio (roubo com morte) para o que aconteceu na gruta do Morro do Boi. Segundo informações de um delegado, que pediu para não ser identificado, não houve motivação sexual para o crime.

Osíris e a namorada subiam o morro, no fim da tarde daquele sábado, para chegar à Praia dos Amores, quando foram abordados por um homem, que seria Juarez.

Ele deu voz de assalto ao casal, que reagiu e foi baleado. Ainda de acordo com o policial, o bandido teria pego R$ 90 do shorts da jovem. Não há informações de quanto teria sido roubado de Osíris.

Sexual

Não houve confirmação de estupro. A primeira informação divulgada, teria sido motivada pela confusão da vítima, baleada na coluna e sem sensibilidade nas pernas. Porém, a jovem teria confirmado que foi “apalpada” pelo suspeito.

Amigos de longa data

O jovem revelou que conheceu Juarez em outubro do ano passado, no Uberaba, em Curitiba e que consumiam drogas juntos (Juarez seria o seu fornecedor). No final do ano, ele abandonou a namorada na capital, e foi para Santa Terezinha (Pontal do Paraná) para reencontrar Juarez.

Passaram a trabalhar no mesmo lugar: Juarez repunha gelo em carrinhos de venda de cerveja e o novo suspeito fazia a venda ambulante pela praia. Também ocupavam o mesmo apartamento, junto com outros ambulantes.

Depois do assassinato no Morro do Boi, o rapaz voltou para Curitiba, e Juarez permaneceu no litoral. Com a recuperação da jovem baleada foi possível fazer o retrato falado de Juarez.

Ele foi denunciado à polícia e posteriormente preso. Está com prisão temporária decretada por 30 dias e recolhido no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).