Polícia não tem dúvidas sobre autor de crime no Morro do Boi

Depois de 15 dias de silêncio a Secretaria da Segurança Publica (Sesp) voltou a falar sobre o crime do Morro do Boi. O delegado responsável pelas investigações, Luiz Alberto Cartaxo Moura, conduziu entrevista coletiva, em que afirmou não ter dúvidas que Juarez Ferreira Pinto, 32 anos, é mesmo o assassino do estudante Osíris del Corso e quem baleou e molestou a namorada dele, Monik de Lima, 23, em 31 de janeiro, em Caiobá.

O delegado apresentou – em audiovisual – seus argumentos para incriminar o suspeito. São eles: rasuras em um livro de anotações, feitas pela funcionária que controla a entrada e saída de dinheiro da distribuidora de bebidas em que o acusado trabalhava, em Balneário Santa Terezinha (ela garante que entregou a Juarez R$ 50,00 de vale no horário em que a vítima o acusa de estar no Morro do Boi, em Caiobá); o vídeo em que Monik aparece no hospital, reconhecendo o suspeito, colocado entre outros quatro homens de porte físico semelhante; e os nomes de testemunhas que teriam visto Juarez no dia do crime próximo ao morro e de outras que afirmam que o suspeito acompanhou o resgate da moça. Não há nenhuma prova material no inquérito.

Documento

Para o delegado houve falsificação de documento – referindo-se ao livro de anotações da funcionária – e que foi feita a partir do dia do crime, até o dia em que o suspeito foi detido.

“O material está sendo periciado e, caso isso seja confirmado, ela também será indiciada por falsificação de documento”, contou o delegado. A defesa, por sua vez, argumenta que o caderno de registro era pessoal, de uso exclusivo da funcionária, para controlar o dinheiro que dava aos ambulantes, e não tinha caráter oficial, portanto, não era um documento. “Se ela quisesse fraudar alguma coisa, teria passado as anotações a limpo, em outro caderno, e ninguém iria saber da existência deste”, comentou um familiar do acusado.

Sobre a participação de mais uma pessoa no crime, Cartaxo afirmou que esta hipótese continua a ser investigada pela polícia. Monik diz categoricamente que viu apenas Juarez, porém uma testemunha, que até hoje não se apresentou à polícia, assegurou em entrevista à Rede Massa que viu uma outra pessoa com o acusado, descendo o morro, na noite do crime.

O delegado também confirmou que a promotora criminal de Matinhos, Carolina de Oliveira, acompanhou as investigações e leu as 351 páginas do processo. “Acreditamos que dentro do prazo estipulado por lei (cinco dias) ela já deve se pronunciar a respeito da prisão transformação da prisão temporária do suspeito em prisão preventiva. As testemunhas e principalmente o reconhecimento da vítima, são fundamentais para que ele seja acusado do crime.”

Terror na gruta

Na tarde do último sábado de janeiro, o casal foi abordado pelo suspeito na trilha do Morro do Boi. Ameaçados por um revólver, Osíris e Monik foram obrigados a ir até uma gruta.

Segundo depoimento de Monik, ele exigiu dinheiro e, depois que ela entregou o que tinha no bolso do shorts (R$ 90,00), mandou que Monik tirasse a roupa. Osíris, na tentativa de defendê-la, foi baleado no peito e morreu no local. Ela também foi ferida e, horas depois, o homem voltou e a molestou sexualmente.

O casal só foi encontrado no início da tarde de domingo. A garota ficou internada por mais de 20 dias e está sem movimentos das pernas. O suspeito foi preso 12 dias depois, em Santa Terezinha.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna