Fechando o cerco

Polícia Militar faz megaoperação para fechar a Vila das Torres

Depois de mais um surto de violência na Vila Torres na tarde deste sábado (8), onde mais uma criança foi morta, a Polícia Militar fechou o cerco. O crime aconteceu no mesmo local que outros assassinatos aconteceram na Vila Torres, Rua Manoel Martins de Abreu. Um garoto de 12 anos, uma menina de 7 e um homem de 32 foram baleados e socorridos por familiares.

O garoto levou um tiro no abdome e foi levado ao Hospital Cajuru, mas morreu logo após dar entrada na emergência. Já a menina, que levou um tiro no rosto, e o homem, de 32, continuam hospitalizados. Ela está internada em estado grave no Hospital do Trabalhador e a polícia não tinha informações sobre o estado de saúde do homem.

Os três foram atingidos em dois tiroteios que aconteceram pouco depois do meio-dia. Os assassinos, em pelo menos dois carros, um Megane Grand Tour e um Versailles, passaram atirando na Rua Manoel Martins de Abreu e lá balearam o garoto e a menina. Logo depois, no segundo tiroteio, próximo ao Habib’s da Avenida das Torres, o homem foi baleado.

Uma viatura da PM que foi em busca de informações sobre o que teria acontecido no local com as duas crianças foi apedrejada. “Imediatamente os policiais saíram da vila e o local foi fechado. A vila foi totalmente bloqueada em uma operação para ir atrás dos suspeitos de tirar a paz dos moradores do local”, explicou o tenente Cantador, comandante da 5ª Companhia da Polícia Militar, do 12º Batalhão.

Com a vila fechada, as ruas Guabirotuba e Chile fechadas, nenhum carro passava. Moradores que quiseram sair ou entrar da vila foram catalogados e precisaram mostrar documentos.

Para a polícia e também para os moradores, os tiroteios estão relacionados à velha rixa entre duas gangues, a Turma de Cima e a Turma de Baixo, que disputam o tráfico de drogas.  “O que não podemos é deixar as coisas como estão. Acabou a brincadeira. Deixamos de lado o policiamento de prevenção e vamos, a partir de agora, para o ataque, fechando a vila por completo”, disse o tenente.

A gota d’água para a decisão de fechar a vila foram as mortes das crianças. No começo do mês, o menino Cahuê da Silva da Cruz, de 7 anos, foi assassinado também na Rua Manoel Martins de Abreu. Dias depois, Vanderlei da Rosa Pinheiro, 20 anos, foi preso, suspeito de ter cometido o crime. No mesmo dia, moradores organizaram protesto pedindo por Justiça e segurança e bloquearam a Rua Chile, um dos principais acessos à vila, por mais de duas horas.

Segundo moradores, os protagonistas dos dois tiroteios da tarde deste sábado foram os traficantes da Gangue de Baixo. “É vingança pela prisão do Vanderlei”, disse uma moradora, que não quis se identificar. Familiares do menino morto neste final de semana e da garota baleada prometem fazer novo protesto.

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