Polícia investiga morte suspeita

Uma morte mal explicada e que pode ter o envolvimento de funcionário de um órgão municipal está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios. O fato ocorreu na noite de 11 de julho deste ano, mas como a vítima só foi identificada um mês mais tarde, agora é que as investigações estão progredindo. A vítima, Arizone Machado, 60 anos, foi encontrada morta, caída na calçada na Rua Conselheiro Laurindo, em frente ao número 855, a menos de 50 metros da FAS (Fundação de Ação Social) onde teria passado parte da sua última noite com vida.

Agressão

A partir do laudo de necropsia do IML (n.º 1147/02) que confirmou como causa da morte da vítima contusão torácica, sem lesões externas, o delegado Agenor Salgado – titular da Delegacia de Homicídios – começou as investigações para averiguar os últimos passos da vítima. Ele descobriu que na noite de 11 de julho, o homem – que trabalhava como catador de papel e guardador de carros- fora atendido pelos funcionários da FAS e que neste período teria tido um desentendimento com outros internos. Para ser acalmado foi necessária a intervenção de seguranças da instituição. “Há fortes indícios de que a vítima foi agredida dentro da FAS e o principal suspeito seria um segurança identificado apenas como `Polaco’. Ele recebeu fortes pancadas que o feriram internamente”, explicou Salgado. Horas depois da provável agressão, o homem foi encontrado morto nas proximidades da instituição. Ele estava descalço e sem camisa.

O delegado disse que vai ouvir todas as pessoas que estavam na FAS naquele dia e que vai responsabilizar os culpados diretos e indiretos pela agressão.

Negligência

A diretora da Fundação de Ação Social (Centro), Marcélia Hack Lamy, já prestou esclarecimentos sobre o fato na delegacia de Homicídios. Ela disse que no dia seguinte ao ocorrido já tinha conhecimento de que a pessoa encontrada morta havia passado a noite na instituição, conforme consta no arquivo de entrada, e confirmou que o homem utilizava a FAS para dormir e se alimentar. Sobre as pancadas, a diretora afirmou desconhecer o fato, mas abriu um procedimento de investigação interna para apurar responsabilidades, mas não chegou a nenhuma conclusão. A segurança realizada no órgão é terceirizada.

Diante de tais declarações, o delegado Salgado disse que no mínimo houve negligência por parte da instituição pela não comunicação do fato. “Se ela afirmou que tinha conhecimento da morte um dia após o ocorrido deveria ter entrado em contato com a delegacia. No mínimo ocorreu omissão de informação, porque só começamos a investigação sobre a morte após a vítima ser identificada, pois chegou ate nós como sem identificação. A instituição sabia da morte e que a vítima tinha passado lá instantes antes de ser encontrada sem vida”, disse o policial.

Nos próximos dias, Salgado pretende fazer novas intimações e ouvir o segurança acusado da agressão.

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