Somente o laudo de necropsia vai apontar a causa da morte do ex-jogador Washington, do Atlético Paranaense, e o resultado sai em 30 dias. O caso continua sendo investigado pelos policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e, segundo o delegado Fábio Amaro, não é tratado como um homicídio doloso. “O que acontece é que estamos investigando a hipótese de um homicídio culposo (sem intenção de matar), que foi levantada pela família”, explicou.
O suposto autor do homicídio seria o enfermeiro que cuidava do ex-jogador na noite em que ele morreu. Ele é acusado pela família de não reparar que o respirador estava desligado.
O ex-jogador foi velado em Curitiba e levado nesta segunda-feira (26) para a cidade de Valença, na Bahia, onde foi enterrado. Ainda nesta segunda, uma mulher que se intitulou como esposa de Washington deu entrevista a uma equipe de TV e disse que o enfermeiro teria ligado e pedido desculpas, mas o delegado não confirma. “Não temos conhecimento disso. No dia do crime, a esposa foi entrevistada no local e deu informações que serão usadas nas investigações”. Ainda segundo Fabio Amaro, nos próximos dias o corpo clínico, que envolve médicos, fisioterapeutas e enfermeiros, além dos familiares, devem ser ouvidos.
O delegado informou que o exame de necropsia, feito pelo perito medico legista oficial será importantíssimo, pois ele vai determinar o que causou a morte do ex-jogador. “Além disso, os resultados da perícia feita pela Criminalística e pelo Instituto de Identificação também vão dizer se houve crime ou não”, explicou. De acordo com o delegado, o Instituto de Identificação foi chamado para verificar se haveria algum tipo de digital do enfermeiro, ou de outra pessoa, no equipamento.
Para o corpo de Washington ser encaminhado à Bahia, foi emitida uma certidão de óbito pelo cartório local, mas o delegado explicou que, para a polícia, o documento não materializa o delito. “A certidão é um documento formal da vida civil, que serve para comprovar a morte. Para atestar algum tipo de crime, somente o laudo de necropsia”.
Segundo informado, Washington respirava pelo aparelho e o equipamento foi desconectado durante a madrugada. Por volta das 6h de domingo (25), o ex-jogador foi encontrado morto com o aparelho desligado. Segundo a polícia, o equipamento era ligado à traqueia de Washington e o próprio equipamento disparava um alarme caso falhasse. “O que acreditamos é que, mesmo com o alarme, o enfermeiro não ouviu o que acelerou a morte da vítima. Vamos agora descobrir que culpa o profissional teve neste caso”. O prazo para a conclusão do inquérito também é de 30 dias.