Polícia investiga assalto ao clube de jogos

O assalto ao clube de jogos na noite de terça-feira, na Vila Hauer, praticado por dois homens que fizeram 21 pessoas como reféns e culminou na morte de um dos bandidos, teria sido tramado há uma semana. Segundo o superintendente Celso, do 7.º Distrito Policial, Paulo Roberto Kubaski, 39 anos, afirmou que seu comparsa, morto em confronto com a polícia, foi quem conseguiu as armas e indicou o local para o assalto. Em paralelo, a policia está investigando em que circunstâncias o clube funcionava, isto é, se era apenas um local de recreação, ou se envolvia apostas em dinheiro, o que caracteriza contravenção.

Ao ser encaminhado ao 7.º DP, onde o inquérito policial está sendo instaurado, Paulo foi interrogado e relatou como o assalto teria sido planejado. Ele disse que há dois meses saiu do interior do Paraná, rumo a São Paulo, de onde resolveu vir para Curitiba “aventurar-se”. O homem estaria na cidade há 15 dias e há uma semana teria conhecido seu comparsa, Glubi Batista de Melo, 22 anos, na Praça Rui Barbosa. “Eu estava sem dinheiro e ele disse que tinha duas armas e me convidou para fazer um assalto em um lugar onde só ia gente rica, e eu topei”, contou o homem.

Passagens

Assim que foi preso, Paulo forneceu sobrenome falso e, ao apurar sua verdadeira identidade, os policiais levantaram o passado criminoso do homem. Segundo o superintendente, ele, que é natural de Londrina, possui várias passagens por furto e roubo nas cidades de Açaí, Jataizinho e Ibiporã. Quanto aos antecedentes criminais e outras informações relativas a participação de Glubi no assalto, os investigadores aguardam a liberação do corpo dele e os respectivos documentos, que serão encaminhados pela Delegacia de Homicídios.

Os policiais também estão investigando a regularidade do funcionamento do clube de jogos. Em principio, o local, registrado como Sociedade Beneficente Clube dos 25, possui alvará para desenvolver atividades apenas com fins recreativos. “Caso seja apurado que os jogos de carteado envolviam apostas em dinheiro, a atividade será caraterizada como contravenção, e tanto a proprietária quanto as pessoas que estavam no local durante a ação dos bandidos responderão por termo circunstanciado”, finalizou o superintende Celso. (PC)

Terror na jogatina

A ação dos bandidos teve início por volta das 21h, quando eles entraram no clube de jogos, localizado na parte superior de um prédio comercial, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, próximo ao Terminal da Vila Hauer. Assim que entrou, a dupla deu voz de assalto aos 21 freqüentadores que participavam de rodadas de carteado, em vários cômodos do clube.

Cerca de vinte minutos depois , diversas viaturas da Rondas Ostensivas de Natureza Especial – Rone – totalizando um efetivo com mais de 40 homens cercaram e invadiram o local. Ao subir as escadas de acesso ao clube de jogo, os PMs confrontaram-se com Glubi na entrada do estabelecimento. Ele foi baleado e chegou morto no Hospital Cajuru.

Reféns

De acordo com o tenente Taurino, durante a confusão, 15 reféns conseguiram fugir, enquanto os outros permaneceram sob a mira do revólver de Paulo. O capitão Sampaio negociou com o assaltante durante cerca de uma hora. Nesse período, o assaltante entrou em contado com diversas pessoas, entre elas duas mulheres e um homem, o qual a policia desconfia estavam dando apoio ao assalto. Paulo chegou a ligar mais de cinco vezes para o celular do advogado, que negou que seu cliente tivesse passagens pela polícia. “Depois ele inutilizou o celular para que os números das pessoas para quem ligou não fossem descobertos”, contou o advogado, que preferiu não ter seu nome divulgado. Por volta das 22h30, Paulo entregou a arma aos policiais e foi preso.

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