A polícia identificou a quadrilha responsável por incendiar dois ônibus, em São José dos Pinhais. Três pessoas foram presas e mandados de prisão de outros três indivíduos, que já estavam na cadeia e teriam ordenado os ataques, foram cumpridos. Mais três suspeitos são procurados.
De acordo com o delegado Osmar Dechiche, o motivo dos crimes era chamar a atenção para suposta reprimenda sofrida por Paulo Monteiro, 32 anos, que está na Casa de Custódia de Curitiba (CCC). “Paulo Monteiro seria o mentor dos ataques. Ele é indiciado por diversos crimes, entre eles seis homicídios e dois roubos, um deles em Santa Catarina. Temos informações que ele veio para São José dos Pinhais para matar 15 pessoas”, afirmou o delegado. Paulo teria planejado os crimes com ajuda de Eledionicio de Souza Lima, 41, e Lucas Lucio da Silva, 25, também detidos na CCC. “Mesmo presos, os três tiveram mandados de prisão cumpridos por causa dos incêndios”, explicou Dechiche.
Prisões
Conforme foi apurado nas investigações, Paulo enviou a ordem de incendiar os ônibus pela esposa, Valdenir Marques da Silva, 31, suspeita de integrar a quadrilha. Ela foi presa em sua residência, assim como Adriano Felipe Jesus, 22, e Rodrigo Monteiro de Oliveira (sobrinho de Paulo), 32, que confessaram a participação nos ataques.
De acordo com Dechiche, há indícios que outras três pessoas tenham envolvimento nos crimes. Robinson Mordizim Almeida, 22, e outro rapaz identificado apenas como “Fernandinho” também teriam ateado fogo nos ônibus. Leon Ferreira de Araújo, 24, é acusado de levar um bilhete à quadrilha, quando recebeu liberdade provisória da CCC, no mês passado.
Fogo
O primeiro incêndio ocorreu em 6 de maio, próximo ao ponto final do Quississana. O motorista Ricardo Escamilha, da Viação São José, ficou 45 dias no Hospital Evangélico, com queimaduras graves. O segundo ataque aconteceu em 20 de junho, na Colônia Mergulhão, e destruiu o veículo.
Os motoristas de ambos os ônibus e a cobradora do segundo reconheceram Adriano e Rodrigo como executores dos dois crimes. “Conforme declaração de outros detentos da CCC, Paulo planejava incendiar mais um ônibus, dessa vez, em Pinhais”, afirmou o delegado Dechiche. Todos os presos foram indiciados por formação de quadrilha, incêndio criminoso e tentativa de homicídio. O delegado ressaltou ainda que o tratamento dado a Paulo, na CCC, é igual ao dos outros internos.