Após uma perseguição de três dias, a polícia gaúcha prendeu ontem o principal suspeito de ter matado um garoto, de 13 anos, em Saranduva (RS). O suspeito, Adriano da Silva, de 25 anos, foi detido em Maximiliano de Almeida (RS). Ele teria admitido ter cometido aquele e outros crimes, em cidades gaúchas. Temendo tentativas de linchamento, os policiais preferiram conduzir o detido para a delegacia de Lagoa Vermelha, de onde ele seria transferido a Porto Alegre. Silva é foragido da Justiça paranaense.
Com a foto do suspeito em mãos, policiais militares de Florestópolis, cidade próxima a Londrina, mostraram-na para Diego, 10 anos, que havia sido raptado, junto com a irmã, no mês de novembro naquela região. A atitude precipitada dos policiais pode ter prejudicado o trabalho do Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas).
O garoto disse que o homem era bastante parecido com o caminhoneiro que seqüestrou sua irmã, Luana de Oliveira Lopes, 8 anos. Entretanto, essa iniciativa não agradou aos policiais que investigam o caso. ?Agora o garoto está confuso e certamente terá dificuldades para reconhecer outro suspeito. A foto deveria ser misturada a várias outras para que daí Diego apontasse uma delas. Além disso, caberia a nós fazer esse procedimento?, disse a delegada do Sicride, Márcia Tavares dos Santos.
Segundo o policial Stênio, da delegacia de Porecatu, também responsável pelas investigações, os PMs acabaram por induzir a criança. ?É muito fácil que um menino de dez anos veja uma única foto, ainda com péssima qualidade, já que era um fax, e diga que acha parecido com o homem que o agrediu. Nós iríamos pegar a foto colorida, com boa qualidade, e misturar a outras, para que assim ele reconhecesse?, afirmou. ?Nós temos psicólogos e policiais especializados para tratar com crianças, pois nesta idade eles fantasiam muito e é preciso ter bastante cuidado ao analisar o que eles dizem?, completou a delegada do Sicride.
Os policiais civis disseram que vão tomar as providências necessária e avisar as autoridades da PM, já que a investigação foi bastante prejudicada.
Suspeito
Adriano é procurado pela polícia do Paraná há três anos. Ele foi condenado por assaltar e matar um taxista no município de União da Vitória, mas conseguiu fugir após seis meses de cadeia.
Há 40 dias, Luana e o irmão dela, Diego, foram raptados enquanto passavam por uma rodovia perto da casa deles, em Porecatu. Um caminhoneiro ofereceu cobertores de presente e prendeu os irmãos no caminhão. O motorista bateu no menino e o abandonou em outro trecho da estrada. Luana nunca mais foi vista.
