Lauri lutou com os policiais
e foi baleado na perna.

Um golpe que seria aplicado no Paraná por presidiários de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, foi frustrado pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, ontem pela manhã após tiroteio. Lauri Cícero Maia, 35 anos, foi baleado na perna e preso, juntamente com seu comparsa Alesson Dilmar Cordeiro, 18. Outro envolvido, João Carlos de Oliveira, 43, conseguiu escapar. Eles iriam aplicar o golpe do chute em uma empresária gaúcha, mas o plano foi descoberto antes.

Também estão envolvidos no esquema o detento Carlos Augusto Monteiro Brechane, vulgo “Nenê? – que cumpre pena por latrocínio no Presídio de Rio Grande (RS) -, e Sandro Luiz Cardoso de Lima, mais conhecido como “Sandro Gordo” – recolhido no Presídio de Itajaí (SC) pelos crimes de estelionato, roubo e homicídio. Ainda fazem parte da quadrilha João Luiz Regus, chamado de “João Bunda Mole”; Valter Luiz de Oliveira e Marcos José Serpa de Oliveira. Todos cumprem pena no mesmo presídio que Sandro.

Golpe

O delegado Agenor Salgado, titular da delegacia, informou que Carlos Augusto tinha um telefone celular e de dentro do presídio fazia várias ligações para empresas, oferecendo mercadorias supostamente apreendidas pela Receita Federal, a um preço menor que o do mercado. Do xadrez ele entrou em contato com uma empresa de informática em Pelotas, identificou-se como Luiz Augusto e negociou cartuchos de tinta, impressoras, notebook e disquetes pelo valor de U$ 8 mil. Depois marcou encontro em Curitiba e acertou que o dinheiro deveria ser entregue na hora da negociação.

Para colocar o plano em ação Carlos Augusto entrou em contato com “Sandro Gordo”, que tramou o golpe junto com seus colegas de cela. Na seqüência, ainda por telefone, eles contrataram o ex-presidiário Lauri Cícero Maia, 35 (que cumpriu pena por estelionato e roubo no Presídio de Joinville (SC) e estava em liberdade condicional), Alesson e seu concunhado, João Carlos, que iriam concretizar a ação.

Tiros

Com o plano arquitetado eles marcaram encontro com a empresária gaúcha no Aeroporto Afonso Pena, mas não contavam que a polícia catarinense, a gaúcha e a paraense já sabiam da trama. No lugar da empresária apareceu no aeroporto os investigadores Danilo e Juliana, da Estelionato e Desvio de Cargas. A policial se apresentou como sendo a empresária e foi recepcionada por Alesson, que avisou que a levaria os “clientes” até o galpão onde estava a carga. Alesson embarcou em um Gol, com placas “frias” junto com os dois investigadores e seguiu para Curitiba. Os policiais Figueiredo, Juarez, Gerson, Valente, Fernando, seguiram o carro do estelionatário.

O golpista parou o veículo em um posto de combustível e aí apareceu Lauri, identificando-se como Policial Federal. “Era neste momento que pretendiam assaltar a vítima, mas os policiais reagiram”, contou o delegado Salgado. Juliana dominou Alesson e Danilo entrou em luta corporal com Lauri, que estava armado com um revólver calibre 38. “Durante a luta, o Lauri efetuou vários disparos. Felizmente não acertou nenhum dos policiais. Um outro investigador que estava na cobertura foi obrigado a disparar contra a perna do Lauri, para imobilizá-lo”, relatou o delegado.

Salgado disse que mais tarde os investigadores souberam através dos presos que João Carlos estava dando cobertura para os comparsas, mas ao ver confusão fugiu. Ele continua sendo procurado.

Investigações

O delegado solicitou às pessoas que souberem o paradeiro de João Carlos que entrem em contato com a delegacia através do telefone 322-1653. Não é necessário se identificar. “Acreditamos que eles tenham praticado outros golpes semelhantes na cidade. Paralelamente a nossa investigação os policiais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina irão apurar como os celulares entraram no presídio e o número de golpes que estes bandidos praticaram”, salientou Salgado.

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