O superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, Juliano Maciel, foi exonerado do cargo pelo novo diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, na última quarta-feira, em Brasília. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União de ontem. O substituto de Maciel será o delegado Jaber Makul Hanna Saad. Ele chefiava a delegacia da PF em Santos e deve ser empossado na próxima semana.
A Corregedoria da PF fez ontem em Curitiba uma operação de busca e apreensão no gabinete de Maciel na superintendência e em sua casa no bairro Jardim Social. Conforme o departamento de comunicação da PF, em Brasília, o superintendente afastado está respondendo um inquérito, mas o teor da investigação não foi divulgado por ser segredo de Justiça. A assessoria de imprensa da PF, em Curitiba, confirmou o afastamento, mas a justificou apenas pelo fato de o novo diretor-geral da PF ter assumido o cargo há pouco tempo e querer fazer uma reformulação nos quadros da corporação em todo o Brasil.
A exoneração de Maciel é o segundo episódio negativo envolvendo a Polícia Federal no Paraná somente em março. No último dia 12, o setor de inteligência da PF em conjunto com policiais de Foz do Iguaçu desmanchou um megaesquema de facilitação de contrabando envolvendo policiais federais, policiais rodoviários federais, agentes da Receita Federal e atravessadores. Na ocasião, 38 pessoas foram presas, sendo 22 policiais federais.
O esquema girava basicamente no pagamento de propina aos policiais e aos agentes. Quando os carros ou vans com o material contrabandeado chegavam na Ponte da Amizade, a pessoa que faria a fiscalização já estava previamente avisada para deixar passar o material.
Mais presos
Ontem a PF de Foz apresentou mais cinco pessoas envolvidas no esquema de contrabando, totalizando 43 detidos em nove dias. Foram presos o agente da Polícia Federal Marcelo de Oliveira Miranda, o policial rodoviário federal Ailton “Carioca” de Freitas Braga Filho e os técnicos da Receita Federal Edgar Aparecido de Souza, Francisco Robson Vidal Sampaio e Celso Fuhr.
As prisões fizeram parte da continuidade da Operação Sucuri. O delegado da PF em Foz, Joaquim Mesquita, desmentiu qualquer possibilidade de ligação entre o afastamento de Maciel e o esquema de contrabando. “Não tem nada a ver com a nossa operação”, afirmou