Polícia Federal denuncia irregularidade no Creci

A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem, em dez cidades do Paraná, uma operação para busca e apreensão de provas de que integrantes do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná (Creci-PR) estariam usando a estrutura da autarquia para favorecimento de terceiros, com a venda de apostilas para se obter a licença do conselho.

Batizada de “Mitos”, a ação faz parte de um trabalho de investigação que constatou que candidatos só obteriam a licença para ser corretores se comprassem o material didático do curso que utilizava a estrutura do Creci-PR.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná e a operação contou com a participação de 60 policiais federais. De acordo com o delegado da PF e coordenador da ação, Algacir Mikalovski, a ação foi apenas para recolhimento de material.

“O objetivo da operação era de colher provas em cima do Creci-PR e de um possível envolvimento de uma empresa que teria regalias para vender, dentro do próprio Conselho, apostilas para interessados em obter a licença de corretor. Por conta disso, não foram efetuadas prisões”, explica, informando que a ação “foi muito bem sucedida’.

O delegado conta que foram apreendidos fartos materiais que comprovariam a irregularidade. “Encontramos apostilas, recibos e documentos que garantem que o esquema vinha ocorrendo dentro do Creci-PR. Isso caracteriza crime de estelionato (artigo 171 do Código Penal) e de patrocínio de interesse privado em uma instituição pública (artigo 321 do Código Penal)”, explica.

Desdobramentos

Os nomes dos supostos envolvidos, bem como da escola que teria participação neste esquema, não foram revelados. “Ainda estamos em um estágio inicial da investigação. Para não haver problemas ou vazamento de informações, não iremos divulgar os nomes dos responsáveis neste primeiro momento. O trabalho vem sendo desenvolvendo há meses e existe a possibilidade de que possa haver desdobramentos para outros estados”, informa.

O Creci-PR, por meio de uma nota assinada pelo seu presidente, Alfredo Canesin, esclarece que a entidade está à disposição das autoridades para colaborar com o que for necessário e solicitado e que o órgão é o principal interessado na apuração dos fatos.

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