A Operação Cola, deflagrada pela Polícia Federal em 14 estados brasileiros contra a venda de diplomas universitários falsos, via internet, vai cumprir 34 mandados de busca e apreensão, em 54 endereços nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Pernambuco, Maranhão, Acre, Pará e Bahia.
Os diplomas falsos seriam vendidos a preço médio de R$ 1.800 cada um, a diversos clientes, em todo o País, que os solicitavam via web. De acordo com a Polícia Federal, os diplomas, entre eles de Medicina, Engenharia, Direito, Enfermagem e Fisioterapia eram confeccionados em Tangará da Serra, no Mato Grosso. As equipes estão recolhendo os diplomas falsos, documentos, e computadores utilizados na falsificação e comercialização dos mesmos em endereços residenciais e comerciais dos suspeitos.
MEC denunciou esquema em 2007
Brasília (ABr) – A Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) manifestou repúdio à prática criminosa de compra e venda de diplomas ao comentar a Operação Cola. Foi informado, por meio de nota, que em dezembro de 2007 o MEC enviou à Polícia Federal cópia de um e-mail que oferecia diplomas de níveis médio, técnico e superior. A investigação começou quando a Procuradora do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul encaminhou à ouvidoria do MEC cópia de e-mail no qual era oferecido diploma e histórico escolar de faculdades de todo Brasil e diplomas de cursos técnicos e certificados de 2º grau. ?Encaminhamos documento ??a Superintendência Regional do DPF [Departamento de Polícia Federal] no Distrito Federal, por tratar-se de modalidade que envolve falsificação de documento?, informou a nota. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que as universidades são as responsáveis pelos diplomas que expedem. No caso de instituições não-universitárias, o registro deve ser feito por universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
De acordo com o MEC, ?apesar da farta legislação e regulamentação a respeito de diplomas, nada assegura que pessoas mal intencionadas possam tentar falsificá-los, bem como possa existir clientela interessada em compartilhar do crime comprando [esses diplomas]?.
No Paraná, PF só realizou apreensões
Joyce Carvalho e Andréa Bordinhão
A Polícia Federal (PF) apreendeu quatro diplomas e um histórico escolar falsos ontem em Curitiba e em Boa Vista da Aparecida (sudoeste do Estado). Os documentos falsificados estavam em poder de compradores, que não foram presos. As apreensões fazem parte da Operação Cola, deflagrada ontem pela PF.
Por meio de um fórum de discussões na internet, os clientes solicitavam a confecção e o envio do diploma falso. O mentor do esquema fornecia o número de uma conta corrente para o depósito do valor. A distribuição para todo o País acontecia por Sedex, serviço dos Correios. Com o estudante Tiago Francisco Vieira Pereira foi preso em Tangará da Serra. Com ele, foi aprendida grande quantidade de material para a fabricação dos documentos. No Paraná, de acordo com a comunicação social da PF, foram apreendidos três diplomas – um deles de curso de Direito, e um histórico escolar. Já no interior foi apreendido um diploma do curso de Veterinária. Além disso, foram apreendidos cinco discos rígidos (HDs) na Capital. A assessoria de comunicação da PF não quis divulgar os nomes das universidades e os nomes das pessoas que compraram os diplomas falsos.