Polícia fecha postos que vendiam gasolina argentina

O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) fechou, na manhã desta quarta-feira (20), postos de combustíveis clandestinos, que vendiam gasolina contrabandeada da Argentina, em Foz do Iguaçu. Onze pessoas foram detidas. A ação e investigação policial foi feita em parceria com o Comitê Sul Brasileiro de Qualidade dos Combustíveis. Ao todo, foram apreendidos mais de mil litros de gasolina contrabandeada da Argentina, além de dez caixas de vinho e 300 sacos de trigo importados do país vizinho e um caminhão-tanque.

?Em função de a gasolina estar bem mais barata na Argentina, constatamos que havia gente contrabandeando o combustível e revendendo em postos clandestinos. Como além de conseguirem a gasolina mais barata, não pagavam impostos, o valor por litro no varejo era de R$ 2,00?, contou o delegado Francisco Alberto Caricatti, do Cope.

Segundo o delegado Caricatti, existem pessoas que vão até a Argentina de carro diariamente, trazem gasolina em um tanque clandestino dentro do carro e vendem nos postos clandestinos. ?Trazem de 40 a 50 litros por viagem. Acreditamos que cruzam a fronteira diariamente, em média, cerca de 500 litros de combustível contrabandeado?, contou Caricatti.

Concorrência

Os postos de combustíveis regulares da cidade vendem a gasolina, em média, a R$ 2,40 o litro, ao passo que os postos clandestinos vendiam a dois reais. ?Fica impossível concorrer com este tipo de preço, já que as distribuidoras já repassam a média de R$ 2,16 o litro para os postos regulares?, complementou o coordenador no Paraná do Comitê Sul Brasileiro de Qualidade dos Combustíveis, Fabrizzio Machado da Silva. Segundo o Comitê, as denúncias partiram dos proprietários de postos regulares.

Na manhã desta quarta-feira, os policiais visitaram cinco postos de gasolina clandestinos. Todos eles foram fechados e os responsáveis foram presos em flagrante pelo crime de contrabando. Segundo o delegado, eles também serão autuadas por sonegação fiscal, crime contra a ordem econômica – por causa da venda ilegal de combustível – e crime contra o meio ambiente, porque acondicionavam o combustível em galões, sem atender normas ambientais. ?Do jeito que ficavam armazenadas, a qualquer momento poderiam explodir?, ressaltou. Se forem condenados, os suspeitos podem pegar até dez anos de reclusão.

Transportadoras

Além dessas prisões, foram autuadas três transportadoras que mantinham tanques aéreos (que fica exposto) sem autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e instalados em desconformidade com as normas ambientais. Os responsáveis também foram conduzidos para a Subdivisão de Foz do Iguaçu por crime ambiental.

Um posto de gasolina foi autuado em flagrante por estar entregando diesel em uma padaria irregularmente. ?O posto só pode vender na bomba, não pode fazer venda externa, como estava fazendo?. O proprietário foi conduzido à delegacia e será autuado por crime contra a ordem econômica. O caminhão-tanque foi apreendido.

Outras duas pessoas foram autuadas por descaminho por armazenarem em um galpão dez caixas de vinho e 300 sacos de trigo importados da Argentina. A Receita Federal foi até lá e apreendeu a mercadoria. Os dois homens responsáveis pelo galpão foram detidos por descaminho e encaminhados à Polícia Federal.

Produto tóxico

Segundo o coordenador no Paraná do Comitê Sul Brasileiro de Qualidade dos Combustíveis, Fabrizzio Machado da Silva, além da ausência de tributos, a gasolina argentina contém chumbo, proibido no Brasil por ser altamente cancerígeno. ?O chumbo é utilizado na Argentina como antidetonante na gasolina, ao passo que, no Brasil, é usado álcool?, contou. Segundo ele, tanto a pessoa que transporta o produto está exposta à intoxicação por chumbo, quanto o consumidor que usa este produto. ?Quando inalamos os gases produzidos pela queima do combustível, absorvemos também esta substância tóxica. Para a pessoa que manuseia, o problema é pior ainda, porque tem contato direto com o chumbo?, contou.

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