Curitiba

Polícia faz mutirão para ouvir acusados de violência

A Polícia Civil realizou um mutirão no sábado (30) para ouvir aproximadamente 200 homens acusados de violência doméstica. O evento faz parte dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher.

Desde as 9h o plantão da Delegacia da Mulher estava tomado por homens sentados, aguardando atendimento. O cenário era completamente diferente do normal já que, nos finais de semana, a delegacia atende uma quantidade maior de mulheres registrando boletim de ocorrência e os homens acusados por elas geralmente são ouvidos ao longo da semana, quando o movimento na delegacia é menor.

Mais policiais também foram chamados para o plantão, para dar conta de todas as oitivas. Quatro delegados comandavam 19 escrivães, estagiários e investigadores, totalizando 37 pessoas. A média foi de 13 homens ouvidos a cada meia hora.

Foram expedidas muitas intimações de processos de lesão corporal que já tiveram laudos comprovando a agressão. Os casos são de, no máximo, três meses atrás. As vítimas haviam sido ouvidas anteriormente. Como muitos homens enviaram justificativas de que não poderiam comparecer, foram ouvidos quase duzentos até o final do dia.

Este é o primeiro interrogatório de todos eles. A maioria dos casos, depois deste depoimento, será relatada e entregue para o Ministério Público, que dará continuidade aos processos. De acordo com a delegada Marcia Rejane Vieira Marcondes, titular da Delegacia da Mulher, a maioria dos homens nega as agressões mesmo com a presença dos laudos. Muitos dizem que não lembram o que aconteceu, ou então confessam mas culpam a mulher por seus atos. Dificilmente eles se mostram arrependidos, infelizmente.

Pelo menos oito mil inquéritos estão em trâmite na Delegacia da Mulher, e a maioria deles é por agressão. O mutirão foi realizado para casos de lesão corporal, entretanto, por que são casos mais graves de violência doméstica. “Queremos demonstrar que os crimes cometidos contra a mulher não ficam apenas entre quatro paredes”, ressalta a delegada.

 Violência

O Paraná é o estado do Sul do Brasil com maior índice de mulheres assassinadas, vítimas de violência doméstica. Dados do levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgados em setembro mostram que, num universo de 100 mil mulheres, 6,49% são mortas no Paraná.

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