A palestra “A segurança antibomba em grandes eventos públicos”, ministrada pelo perito criminal federal Aggeu Lemos Bezerra Neto, marcou o início do Estágio de Operações Antibombas – 2009, do Comando e Operações Especiais (COE), da Companhia de Policia de Choque, na sexta-feira (28), em Curitiba.
A capacitação dura aproximadamente cinco semanas, conta com 13 alunos (11 paranaenses e dois do Mato Grosso do Sul) e tem dois grandes objetivos específicos, conforme esclarece o comandante da Companhia de Choque, major Chehade Elias Geha.
“De imediato a finalidade é preparar policiais militares para integrar a Unidade Antibombas do COE e em médio prazo estruturar uma equipe com qualificação necessária para compor o projeto de segurança pública da Copa do Mundo de 2014”, disse Chehade.
Ao destacar a integração entre as subunidades da Companhia de Polícia de Choque, Aggeu Lemos Bezerra Neto, que é membro do Comitê de Segurança Antibomba dos Jogos Pan-americanos 2007, lembrou que o Paraná tem excelência para atender situações de risco. “Com esta união estamos acostumados a dar resultados 100% aceitáveis para a população paranaense, e isso é devido ao contínuo treinamento que as subunidades têm a sua disposição”, elogiou o perito.
Se Curitiba for mesmo escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, em termos de segurança, estará preparada na opinião de Aggeu Lemos. “Os órgãos de segurança do Paraná são bastante sérios e competentes, então, caso venha ser uma das sedes da Copa, acredito que o Estado tem plena condição de se preparar e atender esse grande evento”, disse.
Para Aggeu, grandes eventos públicos exigem preparação antecipada e, por isso, a capacitação do COE vem em boa hora. “Acontecimentos de grande porte, como a Copa do Mundo, necessitam de planejamento prévio, pois têm foco internacional. Por isso, a segurança precisa ser milimétricamente planejada, tudo tem de ser previsto, não pode haver improviso”, explicou Aggeu que foi o único perito brasileiro que acompanhou, como adjunto de segurança, a delegação brasileira nas Olimpíadas de Atenas-2004.
Os alunos terão aulas práticas e teóricas sobre toda a doutrina antibomba, legislação de explosivos, casos envolvendo artefatos explosivos no Brasil e exterior, ação em casos de terrorismo, equipamentos utilizados, procedimentos, eletricidade e eletrônica, cálculo de danos, etc. Nas aulas práticas haverá simulações de situações de risco e reconhecimento e manuseio de explosivos.
“A Polícia de Choque é pioneira no Brasil em aquisição de equipamentos antibomba e de especialistas na área, depois é que se desenvolveram, nos outros estados, especialistas neste ramo”, revelou major Chehade. Para ele, como os olhos estão voltados à Copa do Mundo de 2014, é preciso que o Governo, por meio da Polícia Militar esteja preparado para dar uma resposta aos cidadãos. “Como percebemos na palestra, a preparação deve começar muito tempo antes do evento, por isso, já iniciamos as capacitações, pois não adianta termos materiais de alta tecnologia se não tivermos pessoal preparado”, completou o major.
COE
O comandante da subunidade, Anderson Puglia, contou que os policiais frequentadores da capacitação são voluntários para trabalhar na área. “Por este motivo nada mais justo que recebam especialização, assim poderão dar respostas eficientes aos paranenses”. Puglia contou que a Polícia Militar receberá em breve novos equipamentos e os profissionais devem estar preparados.
O comandante do COE lembrou que o Paraná é um Estado tranqüilo se comparado, por exemplo, com São Paulo e Rio de Janeiro, mas é preciso atenção e preparação já que alguns casos assustaram a população recentemente. “Existem ,ameaças como o caso recente de Rio branco do Sul, que em termos de quantidade de explosivos utilizados, é o maior ocorrido no Brasil, por isso este curso é o inicio de uma conscientização”.
Alunos
Para o Soldado Joel Pereira da Silva do COE o curso vai ajudá-lo a identificar explosivos e proteger a comunidade. “O objetivo é se especializar para se tornar um bom profissional e atuar com eficiência em alguma situação de risco”, explicou.
Já o sargento Tarso Alves Pimentel, da Policia Militar do Mato Grosso do sul, destacou que o Paraná é exemplo para aquele Estado em termos de Segurança pública. “A nossa companhia é baseada na estrutura da polícia de Choque do Paraná, como se fosse a mesma. Eu já me formei aqui em 2006 no COE e voltei para fazer um curso na área de explosivos e, agora, para me especializar na área de antibombas”, contou. Pimentel revelou ainda que, quando chega em seu Estado, transmite os conhecimentos aos colegas porque “tem o Paraná como referência”.