Polícia exuma corpo usado para aplicar golpe em seguradora

O corpo utilizado em um golpe milionário contra uma seguradora norte-americana foi exumado nesta quarta-feira (16), pelo Instituto Médico-Legal (IML), a pedido do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce). De acordo com o médico legista do IML, Alexandre Gebran, há indícios que o corpo possa ser de Marcelo Alves, cuja causa morte foi edema pulmonar, em 3 de julho de 2007. Ele foi enterrado como Mércio Eliano Barbosa, preso pela polícia.

A operação ocorreu no cemitério Caminho do Céu, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. ?Foram coletados ossos para que possamos realizar exame de DNA e confrontarmos com o da mãe de Marcelo Alves, para verificarmos se é ele que foi enterrado no lugar de Mércio. A princípio identificamos alguns indícios de que pode ser ele mesmo?, disse Gebran.

De acordo com o delegado Sérgio Sirino, coordenador do Nurce, já foi coletado material genético da mãe de Marcelo Alves para realizar o confronto. A mãe, Wanda Alves, não foi ao local da exumação, mas auxiliou no reconhecimento do corpo. ?Ela disse que o filho tinha uma única obturação e identificamos isto no exame. Com o exame de DNA realizado pelo Instituto de Criminalística, que deve sair em até 30 dias, poderemos confirmar a filiação?, complementou Gebran. O resultado do exame será encaminhado ao Nurce.

O Golpe

O corpo teria sido vendido por um funcionário do IML, preso na terça-feira (15), para que Mércio, também preso, aplicasse um golpe de seguro de vida no valor de 1,6 milhão de dólares. Sirino apontou ainda para a possibilidade de uma rede de facilitadores de venda de corpos. ?Já temos a informação de que não aconteceu somente este caso. Há uma quadrilha que vendia corpos em Curitiba e a polícia já está investigando o caso?, disse Sirino.

O Nurce também já encaminhou informações à Polícia Federal sobre a esposa de Mércio, que está nos Estados Unidos. Ela seria a beneficiária do seguro e, de acordo com a polícia, chegou a ir até a seguradora New York Life Insurance para tentar resgatar o dinheiro. ?Como ela está irregular no país, provavelmente será deportada?, disse o delegado Sirino.

De acordo com a polícia, o papiloscopista João Alcione Cavalli teria cobrado R$ 30 mil para atribuir ao indigente a identidade do homem que aplicaria o golpe na seguradora. No dia da suposta morte de Mércio, sua irmã, Daiana Barbosa foi até o IML e, acompanhada por Cavalli, reconheceu o corpo de um indigente como se fosse de seu irmão. Com a guia de liberação do corpo, os familiares enterraram o indigente no dia 26 de julho de 2007, em São José dos Pinhais, no cemitério Caminho do Céu.

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