Dezenas de camisetas apreendidas. |
Uma fábrica que estava produzindo camisetas falsificadas de marcas juvenis famosas foi "estourada" por uma equipe do 7.º Distrito Policial, na Rua Humberto Cicarino, Vila Hauer, na última terça-feira. No local foram apreendidas mais de mil camisetas, etiquetas de pano e com código de barras falsificadas, botões, lay-out de marcas e dezenas de matrizes de serigrafia. Três funcionários do estabelecimento foram indiciados em inquérito e liberados. O proprietário da fábrica foi preso e está recolhido no xadrez do 7.º DP.
A partir de uma denúncia anônima, investigadores foram até o endereço e descobriram a fábrica clandestina, situada atrás de uma residência. No local, diversos maquinários, inclusive 49 berços térmicos para secagem, compunham o galpão. Foram localizadas camisetas estocadas, prontas para serem revendidas, e outras dezenas em fase de montagem, recebendo as estampas.
O material falsificado é de boa qualidade e até estampas emborrachadas eram feitas no local. Havia também o cuidado da colocação de etiquetas das marcas de surfwear nas camisetas, inclusive contendo códigos de barra. As marcas falsificadas eram Mormaii, Ocena Pacific, Ripcurl, Ferrari, entre outras. De acordo com o delegado Hamilton da Paz, na fábrica eram confeccionadas as camisetas e todo o processo de serigrafia. As etiquetas e os códigos de barra vinham de outros locais. "Vamos investigar a origem de todo o material e para quem eram revendidas as camisetas falsificadas", explicou o delegado. Ao ser interrogado, o dono da fábrica afirmou que está instalado naquele local há 13 anos e há um ano e meio confecciona as camisetas. Disse ainda que as inscrições das camisetas são adquiridas em armarinhos no bairro Boqueirão, em Curitiba, e algumas logomarcas fornecidas por pessoas em Apucarana. Nomes foram citados, mas ainda serão averiguados pela polícia.
Ilegal
No interrogatório foi citado que a fábrica confeccionava entre 150 e 200 camisetas por dia a um custo unitário de R$ 9,00. Cada camiseta era revendida a sacoleiros entre R$ 12,00 e R$ 13,00 e o faturamento mensal girava em torno de 6 a 8 mil. Além da falsificação de camisetas tidas como "de marca", cujo preço de mercado é estimado em cerca de R$ 40,00 – a fábrica produzia material de confecção própria. Segundo o delegado, o proprietário foi autuado por falsificação e ainda recai nos crimes de estelionato e evasão de renda. "Além de lesar os consumidores, os cofres públicos também são lesados, pois tudo é feito clandestinamente e não há pagamento de impostos", diz. O detido – Jorge Obialski da Silva, 38 anos -, disse ter conhecimento da ilegalidade da confecção e que a fábrica não possui alvará para funcionamento. Ele tem antecedentes por receptação e já esteve detido na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.