Operação “Volta às Aulas”

Polícia está na cola de pessoas suspeitas de envolvimento com a venda de diplomas falsos

A Polícia Civil desmantelou um grande esquema de uma quadrilha suspeita de falsificar certificados e históricos escolares de conclusão de 1º e 2º grau na modalidade de educação de jovens e adultos a distância, na manhã de quarta-feira (02). Batizada de operação “Volta às aulas”, os policiais prenderam cinco pessoas. O proprietário de uma escola está foragido.

Cerca de 80 policiais civis de várias unidades saíram cedo as ruas para cumprir 32 mandados de prisão e busca e apreensão, resultado de uma investigação que durou oito meses. Foram presos Nagib Riechi Filho, 51 anos, dono da escola Interathyvo, no Portão e apontado pela polícia como chefe da quadrilha; Gisele Ferreira de Andrade, 35, secretária de Nagib; André Meneses, 41, Inês Costa, 62 e Janaina Melissa Lopes, 38. Fernando Rech Ribeiro Felix, 30, proprietário da escola Paraná Cursos, na praça Zacarias, está foragido.

ESQUEMA – O esquema criminoso consistia em um comércio clandestino de venda de diplomas e certificados, com o agravante que os alunos sequer faziam as provas e ao final recebiam os documentos. O titular do Nurce, Renato Figueiroa, contou que as escolas Interathyvo e Paraná Curso angariavam vítimas por panfletos e propagandas distribuídas no centro da cidade para pessoas que precisavam concluir o ensino médio e fundamental. Ao invés oferecer o curso, as empresas cobravam até R$ 1700 e falsificavam as provas inclusive documentos pessoais enviados para a Seed.

“A média de tempo regular para fazer o curso médio e fundamental é de 18 meses. Neste caso, os alunos que buscavam estas empresas marcavam e faziam as provas em uma semana em papel sulfite sem timbre”, explicou Renato Basto Figueroa, delegado-chefe do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).

Com os documentos pessoais dos alunos e as falsas provas, as empresas encaminhavam toda a documentação para o Instituto Brasileiro de Ensino à Distância (Ibed), onde André era diretor e que até 2014 tinha autorização para emitir os diplomas e certificados. O Ibed por sua vez, encaminhava todo o processo para a Seed para homologação dos diplomas e certificados. Na sede foram apreendidas provas em branco feitas em folha sulfite, já com as notas que aprovavam os alunos e assinada por uma equipe pedagógica.

Todos responderão pelo crime de falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. Os alunos que se beneficiaram da fraude serão ouvidos pelo Nurce e poderão responder por uso de documento falso.

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