A polícia ainda tem o que fazer no caso da estudante Tayná Adriane da Silva, morta ano passado no bairro São Dimas, em Colombo. Apesar de não poder falar nada sobre o assunto, o delegado que preside o inquérito, Cristiano Quintas, apenas confirmou que irá pedir mais prazo ao Ministério Público, já que os últimos 60 dias concedidos vencem esta semana. Os quatro suspeitos do crime, detidos antes de o corpo ser achado, devem ter as prisões solicitadas à Justiça.

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Márcia Fernanda da Silva, 30 anos, irmã da vítima, não acredita nas constatações da perita do Instituto de Criminalística Jussara Joeckel, de que a estudante morreu mais de 24 horas depois do desaparecimento e que não houve estupro. Para ela, a versão verdadeira é a que foi apresentada pela polícia no início, desde muito antes das denúncias de que policiais da delegacia do Alto Maracanã torturaram os quatro funcionários do parque de diversões instalado no bairro para confessarem o homicídio.

“Conversei com eles. Todos confessaram, um deles até me pediu desculpas. Me contaram detalhes, coisas que ninguém poderia ter dito a eles. Eles não tinham nenhuma lesão no corpo. Esse inquérito já passou na mão de quatro delegados. Todos investigaram e todos chegaram à mesma conclusão, de que os quatro são os culpados”, afirmou Fernanda. Nesta versão, os suspeitos abusaram da jovem, a mataram, depois voltaram para abusar do cadáver, vestiram Tayná e esconderam o corpo no poço.

Assédio

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Tayná tem duas irmãs quase da mesma idade. Márcia diz que as três se queixavam das provocações feitas pelos funcionários do parque, que mexiam com todas as mulheres que passavam. Márcia conta que os quatro ficaram com raiva de Tayná, depois que ela respondeu às provocações, chamando-os de sujos e nojentos e mandando que a deixassem em paz. Depois disso, os quatro passaram a xingar Tayná, quando ela passava perto do parque.

A irmã de Tayná contou que sempre vai à delegacia, para saber do inquérito. “O delegado falou que por os quatro estarem no programa de proteção à testemunha (do Ministério da Justiça, por terem dito que foram torturados para confessar o crime), poderá dificultar um pouco a prisão. Mas os mandados serão solicitados à Justiça”, adiantou Márcia. O advogado dos quatro rapazes, Andrey Salmazo Poubel, não se pronuncia por conta do segredo de Justiça.

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Passeata

Amigos e familiares de Tayná farão passeata pelo bairro São Dimas no sábado, para que o caso nunca seja esquecido. “Queremos chamar atenção não só para o caso da Tayná, mas de muitos outros que ainda estão sem solução”, disse Márcia. A passeata vai sair às 15h30 da Rua Presidente Faria, entrada do bairro, e vai passar pelo local onde a jovem foi encontrada morta.