Nove pessoas, entre elas duas adolescentes, que faziam parte de uma quadrilha envolvida com tráfico de drogas, homicídios e tentativas de roubo a caixas eletrônicos, foram flagradas quando embalavam drogas num hotel três estrelas no centro. Segundo a polícia, o bando foi capturado por policiais do Centro de Operações Especiais (Cope) na quinta-feira passada e apresentado ontem.
Foram presos Eberton Bales Bueno, 23 anos, o “Osternack”; Juliano dos Santos Silva, 21; Tiago Ribeiro dos Santos, 19; Marcos Barcellos, 23; Vanessa Araújo da Silva, 26; Aline Tabada de Oliveira, 20, e Bruna Graicy Pereira, da mesma idade.
Com a quadrilha, a polícia recolheu 360 gramas de crack, uma bucha de quatro gramas de cocaína e 54 pedras de crack já embaladas, além de R$ 298 em dinheiro.
Correria
De acordo com o delegado Hamilton da Paz, titular do Cope, a quadrilha era responsável por abastecer grande parte do tráfico de drogas nas ruas Cruz Machado e Saldanha Marinho.
Enquanto as mulheres, inclusive as adolescentes de 15 e 16 anos, efetuavam a venda, os homens trabalhavam como “seguranças”. “Eles faziam o chamado ‘tráfico formiga’, que é a venda em pequenas quantidades. Escondiam as buchas nas partes íntimas do corpo, em bueiros e ficavam nesse vaivém. Acredito que o tráfico de drogas no centro da cidade sofreu duro golpe”, afirmou Hamilton.
O delegado Cassiano Aufiero explicou que funcionários do hotel nunca suspeitaram dos clientes, que pagavam diárias acima de R$ 100. “Eles disseram, que os hóspedes pagavam em dia”, contou. Segundo o delegado, uma das presas confessou que também fazia programas sexuais.
Autuações
As garotas, suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico, foram encaminhadas para a Delegacia do Adolescente. As outras mulheres responderão pelos mesmos delitos e foram para o Centro de Triagem I, na Travessa da Lapa.
Os homens tiveram os mandados expedidos contra eles cumpridos (dois para Eberton, um para Tiago e um Juliano), e foram autuados em flagrante por tráfico, associação para o tráfico e formação de quadrilha. Eles estão no Centro de Triagem II, em Piraquara.
Última morte há três semanas
Homicídios praticados em Curitiba e Pinhais são atribuídos à quadrilha, cinco deles cometidos por Eberton, na Vila Osternack, Sítio Cercado. Segundo Hamilton, ele é foragido do presídio de Ponta Grossa e seu último assassinato foi há três semanas na vila. Contra ele, também há dois mandados de prisão expedidos por Ponta Grossa.
Marcelo saiu da cadeia há 20 dias. Já Juliano e Tiago, que eram procurados pela delegacia de Pinhais, são suspeitos da morte de Sidclei Cordeiro, 33, e de balear a mulher dele Necile Fermino, 22, que ficou paraplégica. O crime foi presenciado pelo filho do casal, de 5 anos, e dois suspeitos já haviam sido detidos pela polícia de Pinhais.
Caixas
O bando também seria responsável por tentativas de roubo a caixas eletrônicos. Um deles, em março, no terminal do Cabral, quando houve confronto com guardas municipais e outro contra o Banco do Brasil, em Almirante Tamandaré. A quadrilha também assaltou duas mulheres que saíam do Banco Bradesco, na Rua XV de Novembro.