A polícia pode parar. Este é título de um manifesto distribuído nesta sexta-feira (20) pelo Fórum das Entidades Representantivas dos Policiais Militares e Bombeiros. O comunicado é um resposta direta à tentativa do comando da PM de acalmar os ânimos da categoria, ao anunciar em entrevista coletiva na quinta-feira (19), a promessa de corrigir os salários, respeitando o que estabelece Emenda 29, que prevê subsídio aos vencimentos, aprovada em outubro de 2010.

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Policiais e bombeiros que estavam tocando músicas em algumas frequência de radiocomunicadores, desde o dia 17, conforme revelou a aTribuna e o Paraná Online em primeira mão, acenam agora com atitudes mais concretas. O comunicado é taxativo ao dar um prazo até 13 de fevereiro para que o governo envie o projeto de reajuste das classes policiais para Assembleia, caso contrário os policiais prometem paralisar atividades por tempo indeterminado.

“A não obtenção de um acordo com o governo, poderá gerar conseqüências, indesejáveis para toda a sociedade, conforme exemplos do Rio de Janeiro e Ceará”, alerta o comunicado do fórum. Recentemente, o Ceará enfrentou uma greve geral de policiais. Em alguns dias, parte do comércio de Fortaleza preferiu não abrir por falta de segurança.

Para manter a pressão sobre as autoridades, está prevista uma manifestação na manhã deste sábado (21), na Boca da Maldita. A estratégia para evitar punições é mandar somente policiais de folga para participar do ato público. O objetivo é explicar as razões do movimento à população.

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De acordo com o comunicado do fórum, o que provoca indignação na categoria é a falta de contrapartida do governo com a função desempenhada por policiais e bombeiros. “Policiais e Bombeiros Militares todos os dias arriscam a vida em defesa do povo, sendo a única representação estatal presente em todos os municípios e não por raras vezes a principal, em diversas comunidades carentes, suprindo áreas como a educação, saúde e assistência social”, diz o comunicado.

Apesar de escorregar no português, o comunicado dá o recado ao explicar que a categoria não está pedindo salários exorbitantes. “Lembramos que o pagamento por subsídio não é reajuste ou aumento de salário: trata-se apenas de repor as perdas acumuladas desde 1998, quando a Emenda Constitucional Federal nº 19/1998 determinou que os policiais e bombeiros militares fossem remunerados por subsídio, porém o Estado do Paraná permaneceu inerte, causando um achatamento da remuneração e perda do poder aquisitivo”, esclarece.

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