Atenção redobrada para quem usa cartões de crédito. Vítimas de golpes precisam ter cuidado com outra manobra que já está sendo realizada pelas quadrilhas. Dessa vez, os proprietários recebem um telefonema de um suposto representante do departamento de segurança de uma administradora de cartões. Passando nome e identificação funcional falsos, o estelionatário pergunta se o consumidor comprou uma mercadoria no exterior em dólar.
A vítima nega a compra e, em seguida, o falso agente então alega que o cartão foi clonado e pede para verificar o problema. Para prender a atenção do consumidor, a pessoa diz que um crédito será emitido em seu favor, após uma verificação dos dados, para cobrir o valor que teria sido gasto. Antes de processar o crédito, no entanto, o estelionatário pede para conferir os números de todos os documentos da pessoa. Sem perceber a ação, o consumidor acaba fornecendo os dados necessários para realizar a fraude. Depois disso, compras começam a ser realizadas com os números dos cartões das vítimas.
A delegada-adjunta da Delegacia de Estelionatos e Desvio de Carga de Curitiba, Vanessa Alice, informou que até o momento nenhum registro sobre esse tipo de golpe aconteceu no Paraná. No entanto, segundo ela, os cuidados devem ser enormes. “A pessoa que sofreu crime de estelionato deve vir até a delegacia e fazer o registro. Somente assim poderemos fazer algo para reprimir esse tipo de crime. Caso seja crime contra o consumidor, o Procon ou a Delegacia do Consumidor deve ser procurada”, contou.
Três quadrilhas que atuavam no Paraná e em São Paulo foram descobertas de outubro de 2003 a janeiro deste ano. Em um dos casos, 63 cartões foram apreendidos com os estelionatários. Em uma das fraudes, o proprietário de um dos cartões era de Recife. Os estelionatários também conseguem os dados em sites de compra pela internet ou em roubos de carteiras. “Tem casos em que a quadrilha tem acesso ao CPF e RG da vítima, solicita uma mudança de endereço nos correios, e acaba recebendo os dados do cartão no novo local”, explica a delegada.
A participação das administradoras, destaca Vanessa, é essencial para que os casos possam ser solucionados. De acordo com ela, os estabelecimentos comerciais não têm prejuízo porque acabam recebendo. Já os proprietários dos cartões e as empresas são os que mais sofrem. “A atenção tem que estar presente em qualquer telefonema duvidoso. E, quanto aos dados, é melhor conferir com a empresa antes de repassar qualquer informação”, destacou.