Policiais militares de Curitiba e região metropolitana não estão recebendo refeições durante a jornada de trabalho. O Departamento Estadual de Administração de Material (Deam) não estaria realizando licitações para a compra dos alimentos. O autor da denúncia é o deputado estadual e presidente do Movimento Paraná sem Violência, Mauro Moraes (PSDB).
De acordo com o deputado, a acusação partiu dos próprios policiais, que estariam cansados por conta de tanto descaso. “O policial militar já não ganha bem e agora enfrenta uma situação crítica como esta. Eu visitei alguns quartéis e posso afirmar que a reclamação é verdadeira. Soube ainda que os alunos da academia do Guatupê estariam passando pelo mesmo problema. Não podemos admitir que nossa polícia passe por essas péssimas condições. Um policial mal alimentado não está em condições de defender os cidadãos”, afirma. Moraes conta ainda que no interior do Estado isso não ocorre, pois acordos com prefeituras e empresários locais garantem a alimentação dos policiais.
O deputado pede que sejam realizadas compras emergenciais, sem a necessidade de uma licitação, para poder garantir a refeição dos policiais. “Não podemos deixar estas pessoas a mercê da burocracia do governo. Tentei falar com a secretária da Administração, Maria Marta Lunardon, para esclarecer esse problema, porém, ainda não consegui contato com ela. Queremos uma resposta rápida, pois se persistir essa questão iremos organizar uma mobilização para pressionar o governo”, ameaça.
A reportagem entrou em contato com alguns policiais militares, que pediram para não serem identificados por medo de represálias. Eles confirmaram que o problema existe e que não está sendo fácil passar por esta situação. Alguns disseram que geralmente recebe a refeição apenas quem está na escala, mas que nem sempre isso acontece.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Administração e Previdência informou que foi realizada uma licitação no dia 8 de junho para compra de 18 itens alimentícios.
Este processo licitatório já está na Casa Civil e aguarda a homologação do governador Orlando Pessuti (PMDB) para que a compra seja efetuada. Há ainda outro pregão que espera pela autorização do governador para que a licitação seja feita, entretanto, em ambos os casos ainda não há uma data definida para que isso ocorra. O Comando da Polícia Militar não se pronunciou.