PMs agridem garoto inocente no Pilarzinho

A investida da Polícia Militar no bairro Pilarzinho, em Curitiba, em busca de traficantes de drogas, gerou confusão e denúncia de abuso de autoridade. Por pouco um garoto de 16 anos não morreu ao ser confundido com bandidos. A ação também resultou na prisão de quatro homens que estavam com armas, drogas e farta munição.

Devido às denúncias recebidas, policiais do serviço reservado do 12.º Batalhão de PM foram até o bairro na noite de segunda-feira. A informação era de que um traficante chamado ?Carlão? comandava a venda de drogas na Rua Agenor Marcola, na Vila Militar e nos arredores. Segundo a PM, na hora de abordar um grupo de pessoas que estava no local indicado, várias fugiram correndo. ?Carlão? não foi encontrado, mas a polícia prendeu quatro indivíduos que estavam com um revólver calibre 38 lixado, outro calibre 32, uma pistola 635, uma garrucha calibre 22, munições de uso restrito, 36 pedras de crack, duas bolas de haxixe e uma bucha de maconha.

Equívoco

Em busca dos suspeitos que fugiram, policiais entraram na Rua Arno Emilío Gerstemberger. O garoto de 16 anos, que roçava o terreno da casa alugada, conversava com o proprietário da residência. Os policiais acreditaram que os dois seriam fugitivos. ?Eles estavam sem farda. Entraram no terreno com armas em punho e o garoto achou que fossem assaltantes. Ele então fugiu correndo. Meu marido só não correu porque estava com problema na coluna?, contou Roselaine Ribeiro.

O adolescente pulou muros e os policiais começaram a atirar. Segundo Roselaine, o garoto foi apanhado a algumas quadras, agredido e humilhado.

Os policiais invadiram a casa dele e só depois perceberam que o garoto era inocente. ?Eles recolheram todos os cartuchos deflagrados para não deixar pistas, mas as marcas de tiros ficaram nos muros. O menino é nosso inquilino e estava roçando o terreno, porque ele vai casar sábado?, contou Roselaine. O garoto mudou-se e com medo não quis falar sobre o assunto.

Versão

De acordo com o major Buczenko, comandante do 12.º BPM, o coronel Amaro, comandante do Comando de Policiamento da Capital irá apurar os fatos e abrir procedimento de investigação. Entretanto, a polícia ressalta a importância das vítimas denunciarem formalmente o abuso de autoridade. 

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