PMs acusados de espancamento

A morte mal-esclarecida do jovem Anderson Vilmar Farias, o "Nego", 17 anos, na madrugada da última sexta-feira, vítima de um suposto acidente de moto, levou seus familiares e amigos a realizar um protesto, na tarde de ontem, onde morava – Rua Pedro Alves da Rocha, Jardim Itália, em São José dos Pinhais. Os amigos protestam porque não acreditam em acidente, versão dada pelos policiais, e sim que Anderson morreu após ser espancado pelos PMs.

Os manifestantes disseram que o protesto – que exigia da polícia uma explicação para o fato – foi interrompido por 16 viaturas da Polícia Militar, com PMs utilizando armas em punho e atitude agressiva.

O manifesto reuniu mais de 200 pessoas, que empunhavam faixas dizendo "Saudades Nego" e "Assassinos de farda", além de queima de pneus. Os policiais teriam arrancado as faixas, jogando-as junto aos pneus para que também queimassem.

"Só não levamos cacete porque corremos quando as viaturas se aproximaram", disse um jovem, que viu um policial descer do carro e dizer: "Provem que foram os policiais que mataram o garoto".

Os policiais, disse o manifestante, não chegaram perguntando em prol de que estava sendo organizado o protesto. Chegaram usando autoridade e ainda chamaram reforço pelo rádio, dizendo que no local havia mais de 300 pessoas entrando em confronto com a PM.

Acidente

Segundo os moradores da localidade, na noite de sexta-feira, Anderson estava na garupa de uma moto, conduzida por um amigo, também menor, quando avistaram a polícia.

Por serem menores, fugiram. Numa determinada altura, segundo o boletim de ocorrência, a moto teria batido em um muro, acidente que vitimou fatalmente Anderson.

Amigos da vítima, que pediram para não ser identificados, pois já foram ameaçados, dizem ter provas do ato de espancamento, visto por testemunhas. O condutor da moto, que está vivo, disse aos amigos do bairro que foi colocado deitado de barriga para baixo e um dos policiais prensou sua cabeça ao chão com os pés, para que não visse seu amigo ser agredido.

Em estado grave, Anderson foi levado ao Hospital do Trabalhador, pelo Siate, onde morreu na madrugada de sábado.

Polícia

De acordo com o tenente Maier, do 17.º Batalhão, que estava em serviço ontem à tarde, houve a manifestação e uma viatura foi deslocada para o bairro, de forma a fazer o acompanhamento. "Havia muita gente, mas uns 30 indivíduos estavam alterados, gritando palavras de ordem contra a polícia. Quando o carro policial chegou, eles partiram para cima dele.

Foi chamado reforço e cerca de oito viaturas de outras regiões atenderam o pedido, chegando com as sirenes ligadas. Com isso, os exaltados foram embora. As faixas ofensivas à Polícia Militar foram apreendidas e conversamos com algumas garotas que ficaram no local, inclusive a namorada do rapaz", explicou o oficial, salientando que não houve confronto direto.

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