PM faz “limpeza” em Pinhais

Através do mapeamento das informações passadas pela população ao Narcodenúncia (telefone 181), a Polícia Militar realizou uma grande operação em Pinhais, na manhã de ontem. Mais de 100 homens de diversos batalhões da PM de Curitiba e Pinhais participaram das blitze que tinha como objetivo o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça. De acordo com o cabo Ferraz, do 17.º Batalhão, a intenção era localizar drogas e armas.

Até o final da manhã, 14 pessoas haviam sido detidas. Todas foram encaminhados à delegacia do município e quatro permaneceram presas por porte ilegal de arma. De acordo com o delegado Gerson Machado, os outros detidos – entre eles quatro adolescentes – foram ouvidos e vão ser indiciados. Alguns por posse de entorpecente e outros por receptação de objetos de procedência ilícita. "Não dá para fazer o flagrante pois não têm vítimas. Vamos interrogar os detidos e descobrir a origem desses objetos", disse o delegado.

Dentre o material apreendido pelos PMs estão dois revólveres calibre 38, uma garrucha calibre 22, uma pistola calibre 380, vários coldres, munição de diversos calibres e um cacetete. Também foram recuperados aparelhos eletrônicos como televisores, microsystem, aparelhos de som automotivo, módulos de potência e caixas de som, além de vários CDs. "Segundo informações, esse material apreendido não é roubado, mas trocado por drogas. Para obter o entorpecente junto ao traficante, os usuários levam esses objetos", relatou o tenente Peres, do Regimento da Polícia Montada (RPMont). Os indiciados em inquérito policial, após o interrogatório, foram liberados.

A operação da PM teve início por volta das 6h e o contingente policial foi dividido em várias equipes que tiveram que dar cumprimento aos mandados de busca e apreensão. "Quinze pontos foram designados para serem vistoriados na operação. Todos eles foram vasculhados e resultaram em prisões e apreensões", destacou o cabo. As principais regiões vistoriadas em Pinhais foram: Vila União, Vargem Grande e Maria Antonieta.

O telefone 181 é o número destinado à população para que sejam feitas denúncias relacionadas ao tráfego de drogas. O programa criado pelo governo do Paraná tem abrangência em todo o Brasil e está tendo boa aceitação. A participação da população, através das denúncias, tem resultado em prisões de traficantes e serve como fonte de informação para que a polícia desenvolva operações de combate ao tráfico, como a realizada pela PM em Pinhais.

Comerciantes estão apavorados

"Se aparecer alguém aqui dizendo que nunca foi assaltado, dê um prêmio a ele". A declaração é de Ana Maria Rosso do Rosário, proprietária de uma loja de confecções na Avenida Iraí, em Pinhais. A frase evidencia que quase todos os estabelecimentos dessa região, considerada o pólo comercial da cidade, já sofreram assaltos e roubos. Os comerciantes denunciam que de nada adianta chamar a polícia para resolver a situação, mesmo com a existência de um módulo policial na avenida, que sempre fica vazio. Diariamente precisam conviver com o medo e a expectativa de saber quem será o próximo. Alguns comerciantes colocaram faixas em suas lojas para mostrar a indignação que estão sentindo.

Enquanto a loja de Ana estava sendo erguida, ladrões entraram três vezes na obra para levar material de construção. Depois disso, durante uma reforma, aproveitaram a ausência de alarmes para levar R$ 25 mil em mercadorias, principalmente calças jeans. "Fomos na delegacia. Eles vieram aqui, mas queriam que a gente desse pistas. Ajudamos até onde podíamos. Em todas as situações fizemos o boletim de ocorrência, mas é a mesma coisa que nada", afirma. O empresário Ademir Ramos, que tem uma loja de roupas na Avenida Iraí, sofreu vários assaltos e roubos, o último no final de semana passado.

O prejuízo é de R$ 20 mil. Chamei a polícia, mas disseram que nada podiam fazer. César Augusto Ferreira de Souza, proprietário de uma farmácia na região, já perdeu a conta de quantas vezes foi assaltado. O prejuízo dele não é alto pelo fato de pouco dinheiro circular no estabelecimento. Entretanto, ele teme pela vida dele e de seus funcionários. "Está demais. Isso aqui virou terra de ninguém", opina.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo