O cabo Gerson Gonzaga e os soldados Emerson Ferreira, Juliano Arcângelo Bonini, Ricardo Ottaviani e Maurício Delasta, acusados de torturar com choques elétricos e matar o menor Carlos Rodrigues Junior no município paulista de Bauru, foram expulsos da Polícia Militar (PM). Segundo o comando da PM, os cinco praticaram “atos contra as instituições, o Estado e os direitos humanos, além de serem desonrosos, incompatíveis com a função e consideradas transgressões disciplinares graves”. O ato foi publicado no Diário Oficial de ontem e levou o comando do 4º Batalhão de Polícia Militar do Interior, onde serviam, a recolher suas armas e dispensá-los do serviço.
O outro policial suspeito de envolvimento no caso, o tenente Roger Marcel Vitiver de Souza, teve sua atitude também considerada incompatível com as normas da PM, foi colocado na inatividade com o salário reduzido a um terço e não pode utilizar a farda. Sua exclusão ainda é discutida. Os advogados dos PMs disseram que vão recorrer da punição, pois entendem haverem vícios processuais. Além da sindicância da corporação, os seis envolvidos também respondem a processo na 1ª Vara Criminal de Bauru, que poderá levá-los a júri.
O menor, de 15 anos, foi morto na madrugada de 16 de dezembro do ano passado, quando os policiais encontraram no quintal de sua casa a moto roubada de um mototaxista. Cinco deles entraram no quarto e aplicaram-lhe choques elétricos na tentativa de obter sua confissão e outras informações sobre o roubo. Enquanto o grupo torturava a vítima, sua mãe e a irmã eram vigiadas na sala pelo outro policial envolvido. Depois de sofrer parada cardíaca, o menor foi levado ao Pronto Socorro, mas já chegou morto.