Fabiano Vaz Fracarolli/Diário do Noroeste

Negociações foram realizadas ontem de manhã no noroeste do Paraná, mas sem um acordo final.

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Policiais militares incumbidos de fazer uma reintegração de posse ontem na Fazenda Campo Santo, município de Paranapoema, no noroeste do estado, tiveram de abortar a missão depois que os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acampados no local ameaçaram resistir às forças policiais. Esta é a segunda reintegração concedida pela Justiça na região desde agosto passado, quando os sem terra foram expulsos da Fazenda Santo Antônio, nas proximidades, por cerca de 600 policiais.

 Desta vez, membros do Batalhão da Polícia Militar de Paranavaí, há cerca de 60 quilômetros dali, chegaram a se deslocar ao local, mas ficaram apenas no campo das negociações. No total, 364 policiais participaram da ação. Eles saíram de Paranavaí por volta das 7h e chegaram ao acampamento às 8h30.

O comandante da operação, major Antônio Olimpio Ramires Lima, se reuniu com membros da liderança do MST, mas, diante da resistência em deixar a propriedade, e por ter percebido que poderia haver confronto, decidiu suspender a missão. Três horas mais tarde, os policiais deixaram a fazenda.

O grupo de 120 pessoas acampado na Campo Santo, fazenda de propriedade de Orandir Martins, é o mesmo que há exatos três meses foi retirado pela polícia da Fazenda Santo Antônio, também em Paranapoema.

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Depois da reintegração de posse, naquela ocasião, as famílias ficaram temporariamente acampadas às margens da PR-464. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), a comissão que analisa o caso deve negociar com os agricultores sem terra a saída da fazenda de forma pacífica. Já a assessoria do MST em Curitiba garante que os acampados esperam que sejam confirmadas as terras para onde eles serão levados caso deixem o local. Caso contrário, pretendem continuar na fazenda.