Com uma motocicleta esportiva que vale R$ 35 mil, um projetista de classe média, que vivia com a irmã em um flat de alto padrão no Centro de Curitiba, fazia roubos a farmácias e panificadoras. Ele foi preso na semana passada por uma equipe do 1º Distrito Policial.

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Ele aparece em imagens do circuito interno de segurança de uma panificadora, roubada por ele pela segunda vez no dia 3 deste mês, e em imagens de duas farmácias, roubadas em 11 e 18 de março. Ele ainda foi reconhecido por vítimas de um quinto assalto, e é suspeito de envolvimento em um roubo de R$ 15 mil no litoral paranaense.

De acordo com a polícia o projetista, de 31 anos, usava uma peça cromada de motocicleta dentro da jaqueta e mostrava parte dela para funcionários do caixa, fingindo que era uma arma.

Algumas testemunhas, entretanto, relataram que ele chegou a sacar uma arma em alguns roubos. Já o suspeito alega que agia com educação e pedia até “por favor” para que o dinheiro fosse entregue, sem ameaçar as vítimas com nada.

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O mandado de prisão pelos roubos contra ele já vigorava há um mês. Neste período, ele estava escondido no litoral. Na sexta-feira, vinte minutos depois que chegou em Curitiba com a esposa, foi detido no flat de alto padrão onde vivia com a irmã, no Centro da capital.

Foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa em que ele estava escondido, no litoral, e lá foram localizados o capacete de quase R$ 4 mil, a Honda CBR 600 RR, (que foi dada de presente por seu pai), a jaqueta que ele utilizava em todos os roubos que foram filmados, e a peça de moto que ele usava para fazer volume na jaqueta.

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Transtorno

O projetista já esteve preso outras duas vezes, por furto e roubo. Ele relatou que, aos 18 anos, saiu da casa da família em São Paulo e foi morar em Ribeirão Preto, e lá conheceu amigos com quem passou a utilizar maconha, e depois crack.

Aos 23, ele descobriu que sofria de transtorno bipolar. Ele passou a consumir uma medicação forte, mas não conseguiu largar as drogas. Há um ano e meio ele deixou o crack e partiu para a cocaína. À imprensa ele relatou que cometeu os roubos porque estava sem dinheiro para comprar seus remédios, e entrou em desespero.

Apesar de alegar as dificuldades financeiras, o projetista revelou que ganhava bem por cada desenho que entregava aos clientes. Ele não deixou de pagar aulas de Muay Thai e de viver com conforto, e não soube responder porque não pediu o dinheiro para o pai, Engenheiro Civil que trabalha em Santos, ou porque não vendeu a moto cara que ganhou dele para utilizar o dinheiro na compra dos remédios.