Cinco pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que vendia materiais de divulgação de crianças desaparecidas do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) e cobrava para achar os desaparecidos, intitulando-se policiais, foram presas. Telma Aparecida de Souza, 37 anos; o marido dela, Paulo Renato Andrade Lima, 54; Fábio José de Figueiredo, 27; Alan Rosante, 25, e Adeildo de França, 29, foram autuados em flagrante – por formação de quadrilha – pela delegada Márcia Tavares dos Santos. Telma e Paulo estavam com prisão preventiva decretada por estelionato junto com outras duas pessoas, que ainda estão foragidas e não tiveram seus nomes divulgados.
De acordo com a delegada, Telma e Paulo são proprietários de um jornal chamado Cediclap, sediado na Cidade Industrial, e diziam que divulgavam matérias sobre a classe policial, apesar de nenhum deles ser policial. Márcia contou que eles fizeram um ofício para o Sicride, solicitando cartilhas e cartazes de crianças desaparecidas, no mês de agosto. Como é de interesse do Sicride divulgar os casos, o material foi cedido. Dias depois, chegaram as primeiras denúncias. “O irmão de uma criança desaparecida foi procurado por eles, que se intitulavam policiais, e cobraram R$ 60,00 para achar o desaparecido”, salientou a delegada. Outra vítima procurou o Sicride para denunciar que uma pessoa esteve num posto de combustível, em Mandirutuba, com o pretexto de entregar cartazes do Sicride e pediu para trocar um cheque, que era roubado. A partir daí iniciaram as investigações.
Outro ofício
Márcia contou que após os fatos o casal chegou a encaminhar outro ofício ao Sicride, solicitando que fosse disponibilizado mais material de divulgação. “Como envolvia materiais do Sicride, começamos a investigar as pessoas para as quais fornecemos materiais e chegamos ao casal, que teve a prisão preventiva decretada junto com outras duas pessoas”, contou a policial. Na manhã de quinta-feira, investigadores do Sicride se dirigiram à sede do jornal e efetuaram a prisão do casal. Também foram presos Fábio, Alan e Adeildo. A mulher foi recolhida no xadrez do 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria) e os homens no Centro de triagem (Travessa da Lapa -Centro).
Investigações
A delegada disse que as investigações continuam para prender os outros dois acusados e apurar se há outras pessoas envolvidas. Ela lembrou que foi preso um grupo de pessoas, em São Mateus do Sul, este ano, que aplicava golpes nos mesmos moldes. Em abril, um motoqueiro que se intitulava policial para aplicar golpes, também foi preso na Lapa. “É importante salientar que estas pessoas não têm nenhum vínculo com a Polícia Civil nem Militar”, frisou. “Também não vendemos materiais de divulgação nem cobramos para localizar desaparecidos”, enfatizou a delegada. Ela disse que as vítimas da quadrilha podem procurar o Sicride através do telefone 224- 6822.