Ao investigar uma denúncia de apropriação indébita, o delegado Nasser Salmen, da Central de Polícia, acabou descobrindo um grande golpe contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), aplicado por construtoras, com o envolvimento de um advogado, um contador, um engenheiro, e também de um cartório de Registro de Imóveis e de auditores do INSS. O delegado ainda não sabe estimar o prejuízo dado aos cofres públicos nem há quanto tempo o calote estava sendo aplicado.
O proprietário de uma construtora procurou a Central de Polícia há 15 dias, com uma representação contra um advogado de 39 anos, pedindo a instauração de inquérito por apropriação indébita. “Ele alegou que tinha entregue R$ 25 mil para que o advogado pagasse um débito previdenciário, que não foi quitado”, informou o policial.
Ao investigar o caso, apurou que, quando as construtoras iam averbar as obras no Registro de Imóveis, o próprio cartorário dizia que tinha um amigo advogado que resolvia esse tipo de problema. As construtoras procuravam então o escritório indicado e o engenheiro que fazia os cálculos do que seria pago. Depois emitia a Guia da Previdência Social (GPS). O contador, que também trabalhava no escritório, pegava a guia preenchida e ia até o INSS, onde a autenticava como se o valor tivesse sido pago. Recebia então metade do valor a ser pago ao INSS, como “honorários”. O nome do funcionário que fazia a autenticação está sendo apurado. Até agora três construtoras estão envolvidas na trama.
