Promotores da Promotoria de Investigação Criminal (PIC) e policiais do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco) prenderam na tarde de ontem o estudante de direito Antônio Aparecido Raymundo, 40 anos. A prisão ocorreu no escritório de uma empresa de segurança, onde também funciona o escritório do advogado Antônio Pelizzetti, na Rua Castro Alves, n.º 155, Água Verde. Na ocasião, o policial civil Aparecido Lopes, o “Cido”, que seria sócio na empresa de segurança e estava no local, também foi detido, sob acusação de ter envolvimento no furto de uma camioneta. O veículo foi encontrado no escritório. Segundo informações extra-oficiais, a camioneta placa AGK-3125, está em nome do policial Aparecido, mas teria queixa de furto registrada em São Paulo. O advogado Antônio Pelizzetti disse que os promotores e policiais chegaram no escritório ao meio-dia de ontem. “Eles invadiram, levaram meus processos, documentos. É tudo ilegal. O que eles tinham é um mandado de prisão contra Antônio Aparecido Raimundo por homicídio. Temos um rapaz que faz estágio no escritório com este nome, mas o nome do estagiário é Raymundo com “y” e não com “i” como está no mandado de prisão. Além disso os nomes dos pais são diferentes. É um homônimo”, argumentou Pellizzetti.
O advogado disse que a acusação contra o estudante é de homicídio, em Campo Largo. “Este negócio de entrar no meu escritório tem que ver direito. Foram levando todo mundo, algemando até meus clientes e um amigo meu, advogado, que trabalha na área cível. Isto é um absurdo”, ressaltou o defensor.
Policial
No âmbito policial ninguém soube explicar a situação do investigador Aparecido Lopes. Ontem à tarde ele permanecio no Centro de Operações Especiais (Cope), junto com o advogado, mas não sabia o que iria acontecer. Havia dúvidas se ele poderia ser enquadrado em algum crime. O estudante Raymundo foi levado ainda ontem para a delegacia de Campo Largo, por policiais do Gerco.
Promotor explica prisões
De acordo com o promotor Marcelo Balzer, da PIC, o investigador Aparecido Lopes, o “Cido”, foi detido ontem à tarde, junto com o estagiário de direito Antônio Aparecido Raimundo, por estar escondendo em seu escritório uma pessoa que tinha mandado de prisão decretado. “Como policial, Aparecido não poderia dar cobertura a um foragido”, disse o promotor. Balzer lembrou que, quando os policiais do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco) entraram no local, Raimundo tentou se esconder embaixo do assoalho da casa.
No local onde Antônio Aparecido Raimundo foi preso, funciona uma empresa de segurança privada, a Sigilo, cujos sócios-proprietários são o investigador Aparecido Lopes, o também policial civil Eduardo Miranda, e um policial militar (cujo nome não foi divulgado pela PIC) e ainda a esposa de Antônio Aparecido Raimundo. Além disso, segundo as investigações da PIC, Raimundo tem uma procuração da esposa para atuar como gerente da empresa de segurança. A promotoria tem em mãos o contrato social da Sigilo, datado de janeiro deste ano, comprovando a ligação societária entre o investigador Aparecido Lopes e o estudante Raimundo.
Homônimo
Quanto à declaração do advogado Antônio Pelizzetti de que o rapaz preso ontem seria apenas um homônimo da pessoa com mandado de prisão, Marcelo Balzer disse que agora cabe à Justiça de Campo Largo decidir a questão. “Nós tínhamos a informação de onde estava o Raimundo e fomos atrás dele”, resumiu.
O rapaz detido tem mandado de prisão expedido por Campo Largo, em 12 de fevereiro deste ano, acusado de envolvimento na morte de um morador em Curitiba. A vítima residia na CIC, mas o corpo foi encontrado na estrada que liga Araucária a Campo Largo.
Advogado
O promotor informou que a PIC e o Gerco nem mesmo esperavam encontrar o advogado Pelizzetti naquele endereço. Ao ser flagrado no local onde funciona a empresa de segurança, Pelizzetti teria dito aos policiais que tinha recebido ordem de despejo recentemente, pelo imóvel onde funcionava seu escritório, e por isso estaria providenciando a mudança para uma das salas daquela casa.
O investigador Aparecido Lopes, conhecido como “Cido”, atuava no 11.º DP (CIC) até o início de maio, quando foi preso por suposto envolvimento em um homicídio. O policial ficou detido na carceragem especial da delegacia de Furtos e Roubos de Veículos até o dia 5 de junho, quando foi liberado mediante alvará de soltura.
PR vira corredor de transporte de maconha
Sabendo que o período de março a maio é de grande produção de maconha no Paraguai, a polícia paranaense aumentou a fiscalização e o combate ao tráfico da droga na fronteira, realizando operações especiais para detectar o transporte do produto. No último fim de semana, o grupo Tático Integrado de Repressão Especial -Tigre – esteve mobilizado em operação especial na região de Medianeira, juntamente com os policiais da delegacia local. Com o uso de cães farejadores, buscas a droga foram feitas principalmente em ônibus. O resultado foi a apreensão de 40 quilos de maconha.
A erva estava escondida no bagageiro de um ônibus que saiu de Assunção (Paraguai) com destino a Florianópolis (SC). Guardada em sacolas, a maconha foi encontrada com a ajuda dos cães farejadores. O coletivo foi parado em uma barreira na BR-277, entre Medianeira e Foz do Iguaçu. O dono da droga não foi identificado e não houve prisões.
Cotação
Segundo informações da polícia, no final da safra cai o preço do quilo da maconha no Paraguai, o que transforma o Paraná em um grande corredor de transporte da droga. Traficantes adquirem grande quantidade no vizinho País e depois atravessam o estado para fazer a revenda em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. O quilo, que normalmente gira em torno de R$ 50,00, baixa para R$ 30,00 ou R$ 35,00, em média neste período. Em Curitiba a mesma quantidade é revendida por até R$ 250,00, enquanto que na capital paulista, a cotação do quilo chega a R$ 600,00.
A droga apreendida foi levada para a Divisão de Narcóticos -Dinarc – que espera autorização judicial para incinerar o produto.