PIC investiga suicídio na penitenciária

Embora a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) esteja investigando se houve auxílio ou indução ao suicídio do detento Marcos Antônio Taverna, que se matou na noite de domingo passado em uma cela na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP), a direção do presídio não tem dúvidas de que o criminoso, autor confesso da chacina do Alto Maracanã – onde nove pessoas foram assassinadas -, tenha tirado a própria vida sozinho, sem contar com a ajuda de ninguém. “Seria impossível ter alguém com ele na cela durante o horário em que ele se suicidou”, afirmou o diretor da PEP, Flávio Lopes Buchmann.

Taverna ocupava o cubículo de número 716 da sétima galeria, na área de isolamento da PEP, onde o preso fica em cela individual. Na mesma galeria estão outros vinte internos – entre eles, Marcos Roberto Proceke -, que participou da chacina de 28 de fevereiro junto com Taverna. A única possibilidade de comunicação entre os presos desta e da oitava galeria, também de celas individuais, é gritando uns com os outros.

Vídeo

O diretor do presídio já enviou para o promotor Marcelo Balzer Correia, da PIC, as fitas de vídeo que mostram a movimentação da sétima galeria desde o horário de entrada de Taverna na PEP, na última sexta-feira, até a noite de domingo. Por ser um presídio de segurança máxima, a PEP conta com sistema interno de filmagem durante as 24 horas do dia e um livro de registros com toda a movimentação dos funcionários.

Taverna tinha recebido colchão, lençóis e cobertores às 18h, assim como os demais internos. Esse material é retirado das celas durante o dia por questões de segurança. O jantar também foi entregue a Taverna por volta das 18h. Segundo Buchmann, ele não tocou na comida. O corpo do criminoso foi encontrado às 20h20, durante a contagem da noite. Ele se enforcou com o lençol, amarrado à fiação de luz, no teto. “O corpo ainda estava quente, demonstrando que ele tinha se matado pouco antes”, relatou Buchmann. Segundo ele, o suicídio criou um “clima de tensão” no presídio. “É natural que um fato como esse deixe os detentos desconfiados. Mas com a rotina e a disciplina internas tudo volta ao normal”, comentou.

Investigação

O promotor Marcelo Balzer está investigando a morte de Taverna e também a chacina do Alto Maracanã. A intenção é confirmar o suicídio e chegar aos mandantes da chacina. “Até agora não houve nenhuma evidência de que Taverna foi ajudado ou instigado a cometer suicídio. O que se sabe é que ele vinha sofrendo ameaças de outros presos, por causa da chacina, mas continuaremos investigando”, disse o promotor. Balzer chegou a ver o corpo de Taverna e afirmou não ter visto outras marcas além do sinal de enforcamento.

Quanto à chacina, Balzer afirmou que o bilhete deixado por Taverna na PEP – escrito a giz em um quadro-negro da cela – deverá ajudar a encontrar o mandante do crime. “Não posso divulgar o texto do bilhete nem revelar os nomes que ele indicou, por enquanto. A perícia da Polícia Científica está avaliando o material para fazer um laudo. Posso adiantar que os nomes apontados por Taverna coincidem com as nossas investigações”, concluiu o promotor.

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