O diretor-geral do Instituto de Criminalística do Paraná, Ari Fontana, e o chefe da Divisão Técnica do Interior, Geraldo Gonçalves de Oliveira Filho, foram interrogados durante toda a tarde de ontem na Promotoria de Investigação Criminal (PIC), em Curitiba. Eles são acusados de integrar uma quadrilha que realizava perícias falsas ou desnecessárias em veículos, com objetivo de extorquir dinheiro de vítimas. Ao grupo ainda é atribuído o crime de "esquentar" carros roubados ou furtados.
Os acusados foram ouvidos pelos promotores Fernanda Garcez e Ângelo Ferreira, que vieram de Cascavel. Ari e Geraldo, acompanhados por seus advogados, chegaram à PIC pouco antes do meio-dia e saíram por volta das 18h.
"Os dois depoimentos foram esclarecedores. A leitura que se tem do caso é que houve um revanchismo por parte de peritos de Cascavel, que eram investigados por Ari e por Geraldo", disse o advogado Claúdio Dalledone Júnior, que atua na defesa dos dois acusados, juntamente com o advogado Beno Brandão, do escritório de René Ariel Dotti.
Dalledone não informou o teor dos interrogatórios, já que o caso está em segredo de Justiça. Fontana e Geraldo retornaram para o Batalhão de Polícia de Guarda, onde estão recolhidos desde a manhã de terça-feira.
Outros
O chefe do Instituto de Criminalística de Cascavel, Jayme Cazarote Júnior, e os peritos do órgão, Osvaldo Panissa e Décio Mitmann chegaram às 4h de ontem, ao Centro de Triagem de Curitiba, na Travessa da Lapa. Presos no início da manhã de terça-feira em Cascavel, sob a acusação de integrarem a quadrilha que realizava perícias falsas, os peritos foram interrogados em Cascavel na tarde do mesmo dia, e, à noite, vieram para Curitiba, onde devem permanecer recolhidos.
Instituto ainda está sem "cabeça"
A Secretaria de Segurança Pública ainda não nomeou o interventor do Instituto de Criminalística do Paraná. A assessoria de imprensa do órgão informou que o secretário Luiz Fernando Delazari deve fazer a escolha em breve. Ontem, o Delazari disse que a exoneração do diretor-geral Ari Ferreira Fontoura deverá ser assinada pelo governador Roberto Requião.
Porém, ontem, os escritórios dos advogados René Ariel Dotti e Cláudio Dalledone enviaram uma carta, em que Ari Fontana e o chefe da Divisão Técnica do Interior, Geraldo Gonçalves de Oliveira Filho, renunciam aos seus cargos. A Secretaria anunciou ainda que os nomes para ocupar os cargos de chefe da Divisão Técnica do Interior do Instituto e da chefia do órgão em Cascavel deverão ser escolhidos pelo interventor.
Transferência
Sete peritos foram transferidos para trabalhar nas regionais do Instituto de Criminalística das cidades de Cascavel e Guarapuava. Delazari justificou que os Institutos das duas cidades, não poderiam ser desfalcados após as prisões. Ele informou que os peritos designados chegaram em Cascavel e Guarapuava na terça-feira.
De acordo com a assessoria de imprensa, o Instituto de Criminalística de Francisco Beltrão deverá ficar fechado temporariamente e a população será atendida por dois funcionários da prefeitura, enquanto um dos peritos designados para Cascavel fará um levantamento do que será necessário para reabri-lo.
