O Paraná |
Promotores deram entrevista coletiva, mas sem detalhes. |
Dez pessoas acusadas de envolvimento com a quadrilha que realizava perícias falsas ou desnecessárias em veículos, com objetivo de extorquir dinheiro, foram denunciadas ontem pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC), de Cascavel. O ex-diretor-geral do Instituto de Criminalística, Ari Fontana; o ex-chefe da Divisão Técnica do Interior, Geraldo Gonçalves de Oliviera Filho; o ex-chefe do Instituto em Cascavel, Jayme Cazarote Júnior; os peritos Osvaldo Panissa e Décio Mitmann; o ex-chefe da Ciretran de Cascavel, Josmar da Silva Santos; o médico Edson Inafuko e Paulo Frost foram incluídos em uma das denúncias. Na outra, foram denunciadas duas pessoas, que não tiveram seus nomes divulgados pelo Ministério Público, mas que seriam os peritos Celestino Böger e Luzimar Oro.
A promotora Fernanda Garcez informou que apesar do oferecimento da denúncia, as investigações não encerram. "Temos grande quantidade de documentos e fatos para serem investigados. Nada é definitivo", disse. Ela explicou que as denúncias foram separadas porque, em uma delas, a maioria dos acusados está presa, com exceção de Josmar da Silva Santos, que está foragido. Ele estava com prisão temporária decretada por cinco dias, que foi transformada em prisão preventiva. A promotoria resolveu não oferecer denúncia contra a estagiária Maria do Rócio Martins Ribeiro, presa durante a operação desenvolvida na manhã de terça-feira. A promotora também não explicou os motivos.
Fernanda adiantou que as duas pessoas que tiveram prisões requeridas também são acusadas de falsas perícias. Apesar disso, ela não confirmou que seriam Böger e Oro. A promotora adiantou que, na semana que vem, outras denúncias podem ser oferecidas. Ontem, Fernanda e os outros promotores envolvidos no caso deram entrevista coletiva sobre o caso, mas preferiram não revelar detalhes sobre a investigação.
Ex-diretor erá solto
O ex-diretor-geral do Instituto de Criminalística Ari Fontana e o ex-chefe da Divisão Técnica do Interior, Geraldo Gonçalves de Oliveira, devem ser libertados do Batalhão de Polícia de Guarda (BPGD) – da Polícia Militar – ainda hoje. A informação é do advogado dos acusados, Cláudio Dalledone. Ele disse que apesar de a Promotoria de Investigação Criminal (PIC), de Cascavel, oferecer denúncia contra seus clientes, não pediu a prorrogação da prisão temporária, que vence hoje. "Não tiveram coragem e subsídios para a prorrogação das prisões", comemorou Dalledone.
O defensor também revelou que uma das denúncias, oferecidas pelo Ministério Público, é contra os peritos Celestino Böger e Luzimar Oro, lotados em Cascavel. "Como denunciei ontem (quinta-feira) eles foram os primeiros a ser apontados como envolvidos na fraude. Isto foi feito pelo Fontana", salientou Dalledone. Em entrevista coletiva na terça-feira, o defensor informou que Fontana chegou a instaurar inquérito administrativo contra Celestino Böger e Luzimar Oro, para apurar a fraude, mas que os dois foram absolvidos pela Secretaria de Segurança Pública, na época.