A Polícia Federal (PF) prendeu ontem, em Foz do Iguaçu, o libanês Assad Ahmad Barakat, de 34 anos, acusado de comandar um núcleo da organização islâmica Hezbollah na cidade paraguaia de Ciudad del Este, na fronteira com Foz.
O grupo guerrilheiro, que surgiu para combater a ocupação israelense no Líbano, acabou sendo legalizado como partido político, mas ainda é considerado terrorista pelo governo americano.
Atendendo a um pedido de extradição feito pelo Paraguai, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu o mandato de prisão de Barakat. O libanês é acusado de recrutar militantes e enviar dinheiro da região de fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai para o Hezbollah.
O diretor da divisão da PF em Foz do Iguaçu, delegado Joaquim Mesquita, disse que ainda não se sabe quando Barakat será entregue às autoridades paraguaias. Segundo o delegado, o libanês será transferido para a Superintendência da PF em Brasília, onde aguardará os trâmites legais, já que a unidade de Foz não tem custódia.
As suspeitas de vínculo entre Barakat e grupos terroristas foram reforçadas há oito meses, com a apreensão de gravações de discursos de líderes do Hezbollah, depoimentos de suicidas e cânticos religiosos na loja do libanês, em Ciudad del Este. Na época em que as fitas foram encontradas, dois funcionários da loja foram presos, acusados de ligação com o terror.
Barakat não deu declarações sobre sua prisão. Há sete meses, ele admitiu que é “simpatizante” do grupo islâmico, mas negou ser militante. No Brasil, não existem acusações contra ele.
