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PF divulga balanço final da Operação Láparos

A “Operação Láparos”, deflagrada pela Polícia Federal no último dia 17, com a colaboração Ministério Público Federal, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná, GAECO de Cascavel e a Corregedoria Regional da PRF e teve como foco das investigações organizações criminosas que atuavam no contrabando, descaminho e crimes contra a Administração Pública na região da tríplice fronteira e com ramificações por outros Estados brasileiros.

As investigações iniciaram-se há 14 meses, sendo descobertas outras organizações criminosas que atuavam em conluio ou isoladamente e os envolvimentos de contrabandistas, policiais militares e civis, principalmente do Estado do Paraná. A participação de agentes públicos foi comprovada de forma paulatina, à medida que transcorriam as investigações.

A atuação de policiais, tanto civis quanto militares, dentro da organização criminosa se dava de forma a garantir a livre circulação das mercadorias contrabandeadas e, também, como informantes acerca das fiscalizações realizadas pela Polícia Federal. Uma vez descoberta a carga ilegal, policiais exigiam ou solicitavam dinheiro para a liberação da carga, caso contrário a carga era apreendida ou dividida entre os próprios policiais. O pagamento era mensal ou por carga que trafegava com a proteção policial e em montante bem elevado.

Além da participação de vários policiais civis e militares e de várias organizações criminosas, foi possível traçar-se um mapa da carga que ingressava no território nacional, principalmente de cigarros, saindo do Paraguai e seguindo em direção a São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e outros, sendo que cerca de 70% da carga de cigarros contrabandeados tinha como centro distribuidor o Estado de São Paulo.

As investigações contaram com a colaboração do Ministério Público Federal, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná e a Corregedoria Regional da PRF e há, ainda, um trabalho conjunto com a RFB e instituições financeiras para o repasse de informações em caso de movimentações suspeitas e de montante elevado por parte de servidores públicos.

As ações repressivas da Operação Láparos empregaram cerca de 560 policiais federais e foi deflagrada simultaneamente em seis Estados, sendo 38 municípios do Paraná; 04 em São Paulo; 03 no Mato Grosso do Sul; 01 no Mato Grosso; 03 em Minas Gerais e01 em Rondônia.

Foram expedidos pela Justiça Federal em Guaíra e Umuarama 150 mandados de busca e apreensão e 108 mandados de prisão, sendo 13 contra policiais civis, 29 contra militares e 01 contra um policial rodoviário federal. Desses, foram presas até agora 37 pessoas em Guaíra, 05 em Londrina, 09 em Maringá, 03 em Foz do Iguaçu e 17 em Cascavel, totalizando parcialmente 71 presos, sendo 31 policiais militares e civis.

Os presos comuns foram encaminhados à penitenciaria de Francisco Beltrão, os policiais civis para presídios e cadeias públicas da região e militares às suas respectivas corporações. Nos demais Estados, houve a prisão de 1 pessoa em Tocantins; 3 em Minas Gerais; 1 no Mato Grosso; 1 em São Paulo e 1 na Bahia.

Foram apreendidos durante as investigações cerca de 3,2 milhões pacotes de cigarro e mercadorias diversas oriundas do Paraguai, avaliados em cerca de R$ 12 milhões de reais, tendo como base de cálculo o valor de U$ 100 a caixa de cigarros; 6,5 toneladas de agrotóxicos; 109 caminhões; 76 automóveis e 13 embarcações, totalizando cerca de R$ 10,5 milhões, excluídos desse montante os veículos apreendidos após a deflagração; o valor de tributos federais sonegados ultrapassa os R$ 28 milhões, bem assim como foram presas em flagrante durante as investigações 222, pessoas.

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