Cinco pessoas foram presas, ontem, durante uma operação da Polícia Federal, em Paranaguá. A PF tinha mandados de busca e apreensão a serem cumpridos em três prédios onde funcionam as sedes dos sindicatos dos estivadores e arrumadores do porto de Paranaguá.
De acordo com o delegado Paulo Víbrio Júnior, foram quebrados mais de 500 armários para localizar produtos roubados durante o saque e incêndio da sede do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO), ocorrido em outubro passado. Além de localizar os materiais roubados, a polícia apreendeu drogas e armas no local.
Para evitar confrontos – já que se reúnem nos prédios cerca de 2.400 trabalhadores todas as manhãs -, a PF contou com auxílio da Polícia Militar. Ao todo 60 policiais participaram da Operação Estiva. Cinco pessoas foram presas em flagrante, usando drogas no local. Foram apreendidas ainda 34 armas brancas, um revólver, 2,5 quilos de maconha e 20 buchas de crack, além de balanças, chaves de carros e cachimbos de crack. A polícia também apreendeu R$ 2.216,45, dinheiro provavelmente gerado pelo tráfico de drogas.
As investigações da Operação Estiva tiveram início em outubro do ano passado, depois do incêndio na sede do OGMO. De lá para cá, a PF recebeu diversas denúncias de que os prédios também serviriam para o tráfico de drogas e prostituição infantil.
Fim da "galinha"
Segundo o delegado, a tentativa do OGMO de organizar o trabalho no porto gerou descontentamento por parte de alguns trabalhadores. "O OGMO organiza os estivadores e carregadores para trabalharem no porto. Mas acontece que muitos, quando eram chamados pela OGMO, vendiam suas vagas, fazendo o que eles chamam de "galinha". O órgão quer acabar com esta prática e por isso passou a ser odiado", explicou o delegado. Hoje, só trabalham no porto os estivadores e arrumadores sindicalizados e que respondem à chamada todas as manhãs.
Segundo o delegado, como a operação foi deflagrada muito cedo – por volta das 8h – não foi possível colher evidências de prostituição infantil. "Mas com a instalação das câmeras e o trabalho que continuaremos a fazer, tenho certeza que chegaremos aos traficantes e a quem explora a prostituição de menores".
A polícia deu cobertura para a instalação de 38 câmeras de segurança em frente aos três prédios cedidos ao sindicato de estivadores e arrumadores, em frente ao portão principal do porto.