A Polícia Federal apreendeu, na noite da última terça-feira, em Foz do Iguaçu, uma das maiores centrais telefônicas clandestinas já encontradas no Estado. O equipamento estava num apartamento no Jardim Jupira e foi localizado depois de meses de investigações.
De acordo com Roberto Milaneze, delegado responsável pelo caso, o equipamento era utilizado por empresas de informática paraguaias que não têm sede no Brasil. "Para facilitar o contato com os clientes brasileiros, que compram equipamentos contrabandeados, as empresas usavam esta central. Com isso elas tinham números de telefone brasileiros e através de um link via rádio recebiam ligações internacionais como se fossem locais", explicou o delegado.
A central foi descoberta depois de uma apreensão de produtos de informática, realizada no ano passado. Segundo Milaneze, a pessoa que foi detida naquela ocasião informou como adquiriu os equipamentos e, depois de investigar o caso, a polícia chegou até a central clandestina. Todo o material apreendido ainda está sendo analisado. Acredita-se que o aparelho também era utilizado para transmissão de dados via internet.
Ninguém foi encontrado no apartamento onde a central estava instalada e o imóvel estava locado em nome de um "laranja". O aparelho, de alta tecnologia, funcionava sozinho, sem necessidade de operadores. Foram encontrados antenas, transmissores, nobreaks, modens, aparelhos de telefone, baterias e cabos.
Panorama
Ontem, foram transferidos para a superintendência da PF, em Curitiba, as 12 pessoas que foram presas em Foz do Iguaçu, durante a Operação Panorama, desencadeada na madrugada de terça-feira. Depois de 10 meses de investigações, a PF chegou até uma quadrilha especializada em praticar diversos delitos, entre eles falsificar documentos e forjar casamentos entre brasileiras e estrangeiros que vivem clandestinamente no Brasil. Ao todo, 21 pessoas foram presas em Foz do Iguaçu, Paranaguá, Matinhos e Cuiabá.
Os detidos permanecem na sede da PF aguardando o término das investigações. Ainda ninguém foi ouvido. Entre os 21 detidos estão 14 estrangeiros, todos da região do Oriente Médio. Um policial federal que trabalhava em Paranaguá também foi preso acusado de integrar o esquema. A polícia deteve cinco mulheres que foram aliciadas para forjarem casamentos com os estrangeiros. Elas recebiam R$ 1 mil para isso. A prisão provisória de todos os presos é válida por cinco dias, vencendo no sábado, mas poderá ser prorrogada.