O forte cheiro exalado por uma cômoda de roupas, que boiava na Represa do Passaúna, em Araucária, aguçou a curiosidade de um grupo de pescadores. No final da tarde de domingo, os homens resolveram verificar o que havia dentro do móvel e, para surpresa deles, encontraram um cadáver embrulhado em um cobertor e amarrado. Além de abrigar o corpo, a cômoda estava repleta de roupas femininas e pedras. Também estava envolta por cordas, formando um grande caixote. A intenção dos assassinos em colocar as pedras era de que o móvel afundasse na represa e o corpo não fosse encontrado. Porém o “caixote” boiou, propiciando a descoberta. Até o final da tarde de ontem, a vítima ainda não havia sido identificada no Instituto Médico-Legal (IML) em Curitiba.
Para a retirada do cadáver e do móvel da água – que aconteceu por volta das 21h de domingo – foi necessário um trabalho conjunto da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Araucária. Um dos pescadores, que se identificou como Hélio, informou que foi o mau cheiro que vinha do caixote que chamou a atenção e o instigou a checar o que ele continha. “Fiquei curioso, mas depois que vi que era um corpo saí correndo e fui avisar a polícia”, contou. O local exato do encontro do cadáver foi na extensão da Rua Francisco Galanda, no bairro Tomás Coelho.
De acordo com o perito Carlos Henrique, da Polícia Científica, devido ao estado de decomposição do cadáver não foi possível detectar a causa da morte nem se havia sinais de perfurações. A estimativa é que o corpo estava no rio há pelo menos sete dias. A vítima, um homem de aproximadamente 45 anos, vestia uma bermuda bege e camisa de manga curta xadrez. O trabalho de retirada do corpo foi acompanhado também pelo investigador Mello, da Polícia Civil.
As investigações devem evoluir assim que o corpo seja identificado. Devido ao tempo de estada do cadáver na água é provável que ele tenha sido desovado em outro local e carregado pela água através da represa.