Perversão sexual marca história de crime sórdido

Um história sórdida, envolvendo denúncias de agressão, perversões sexuais e assassinato foi revelada pela Delegacia de Homicídios com a prisão de um acusado. Basílio Chipaki, 60 anos, dono de uma marcenaria no bairro do Boqueirão, e apontado como mandante da morte do companheiro de sua ex-mulher, Antenor de Souza, 59 anos, foi capturado na noite de quarta-feira, após a Justiça decretar seu mandado de prisão. O motivo do crime seria o inconformismo do autor com a felicidade da ex-companheira.

A dona-de-casa Nita Claumann, 43, foi casada durante 21 anos com Basílio. A harmonia inicial, aos poucos, transformou-se em inferno, conforme relata a mulher. O marceneiro passou a mostrar-se agressivo e dono de uma personalidade doentia. “Tivemos um só filho. Fiquei grávida outras quatro vezes, mas abortei porque ele me espancava”, conta a mulher, que não sabia o porquê da violência.

Mas o comportamento sexual de Basílio era o que mais a intrigava. Segundo Nita, o marido quase não a procurava na cama, mas mesmo assim queria vê-la com vida sexual ativa. “Ele pedia para eu me deitar com os funcionários dele. Nunca aceitei, e por isso me batia”, lembra Nita. O marceneiro tinha fetiches estranhos – um deles era vestir-se de noiva e pedir para que a própria mulher o fotografasse. Uma das reproduções foi mostrada por ela à polícia e à imprensa.

A gota d’água para a paciência de Nita ocorreu há três anos. “Peguei ele transando com outro homem dentro da marcenaria”, disse ela. “Ele me bateu de novo, tirou sarro de mim e pedi o divórcio.”

Ameaças

Meses depois da separação, Nita começou a namorar Antenor. O novo parceiro não teve sossego. “Basílio me telefonava, dizendo que iria pôr fim a mim, ao Antenor e estuprar minha filha adotiva de 9 anos”, disse a mulher, que prestou várias queixas por ameaça e agressão no 7.º Distrito Policial. Na mesma delegacia, Basílio também registrou ocorrência, alegando ter sido ameaçado pelo namorado da ex-esposa.

Antenor foi morto a tiros às 20h15 de 1.º de outubro, em frente à casa onde morava, na Rua Carlos Essenfelder, Boqueirão. Cinco pessoas, ocupando um Gol branco, cometeram o assassinato. Na ocasião, a Polícia Militar deteve dois suspeitos, que confessaram participação no crime e disseram que serviram apenas como condutores dos homicidas.

Depois do crime, Basílio teria voltado a ameaçar Nita. “Ele dizia que já havia mandado o Antenor para o inferno e que eu seria a próxima. Precisei sair de casa e tirar os filhos da escola. Ele não suportava saber que eu conheci a felicidade com o novo companheiro”, desabafou a mulher.

Procurado

Já na ocasião do assassinato, Basílio foi apontado como suspeito de ser o mandante e esteve na Delegacia de Homicídios. “Ele se negou a depor e disse que só falaria em juízo”, relatou o delegado Sebastião do Santos Neto, que preside o caso. Anteontem o mandado de prisão foi expedido pela Justiça e a DH deteve o acusado em sua marcenaria, na Rua José Guercheski, Boqueirão. Novamente, Basílio preferiu não falar à polícia e também não quis comentar o assunto com a imprensa.

Segundo o policial, outras três pessoas, conhecidas como “Jefinho”, “Jean” e “Deto”, seriam os demais participantes do crime – o último teria atirado na vítima. A DH segue à procura do trio, que permanece em liberdade. Basílio está preso no Centro de Triagem.

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