Perigo ronda escolas em Curitiba

A ação de marginais nas proximidades do colégio particular Fênix, no bairro Bacacheri, em Curitiba, vem amedrontando pais e alunos da instituição. A escola fica perto de um bosque, onde é comum ver pessoas ingerindo bebidas alcoólicas, fumando maconha e utilizando outras drogas.

Nas últimas semanas, foram registrados casos de pais abordados por marginais nos momentos de entrada e saída de aulas. "Tenho um filho de 7 anos que estuda no período da tarde e me preocupo bastante com a segurança dele. Incomoda-me a sensação de não poder fazer nada diante da violência que atinge os arredores do colégio", disse um dos pais, preocupado.

Na última segunda-feira, ele viu um rapaz tentando assaltar uma senhora que, às 17h30, esperava o filho sair da escola. "Eu também aguardava meu filho dentro do carro e vi pelo retrovisor o marginal se aproximando do veículo da mulher. Ele tentou assaltá-la, mas ela conseguiu ligar o carro e fugir. O rapaz atravessou a rua e acabou levando o Gol branco de um homem", lembra.

O homem citado é parente da promotora de vendas Cristiane Povidaiko, que também tem um filho na primeira série. Depois do que aconteceu, Cristiane e seus familiares estão bastante assustados. "Os marginais agem em plena luz do dia. Quando vou levar ou buscar meu filho no colégio ando agarrada na minha bolsa e sempre olhando para os lados. Temo que a violência acabe adentrando o ambiente do colégio e que alguma coisa possa acontecer às crianças", diz.

Diretoria

O diretor do Fênix, Dagoberto Martinez Garcia, também afirma estar assustado. Ele conta que colocou alarme no colégio, subiu um dos muros ao lado do bosque, contratou uma empresa de segurança monitorada e ainda deve contratar um agente de segurança particular para ficar do lado externo da instituição nos horários de entrada e saída de aulas. "Já aconteceu de, durante a madrugada, pessoas pularem o muro do colégio e entrarem para roubar equipamentos. Falta policiamento na região", declara.

Ao tomar conhecimento da situação, o comandante do terceiro Esquadrão de Polícia Montada, que abrange o bairro Bacacheri, Lorival da Cunha Sobrinho, informou que vai enviar policiais velados para constatar o problema.

Adolescente baleado na porta do colégio

Nem mesmo as escolas, que deveriam ser considerados locais seguros, estão isentas da violência. Na tarde de ontem, um garoto de 14 anos foi baleado quando esperava a namorada na porta do Colégio Papa João Paulo I, na Rua São Jorge, em Almirante Tamandaré. Brayan Salles Vaz foi levado por socorristas do Siate ao Hospital Cajuru, onde continua internado em estado grave.

Brayan estava na porta da escola quando dois adolescentes passaram por ele e dispararam três tiros. Segundo os socorristas, o jovem foi ferido com pelo menos duas balas no peito, que perfuraram os pulmões. Apesar de ser levado consciente ao hospital,

o garoto não sentia os membros inferiores. Ele sofreu uma cirurgia e continua internado.

De acordo com um dos investigadores da delegacia local, que preferiu não se identificar, os autores seriam dois adolescentes que tinham uma rixa com o primo da vítima.

O motivo do desentendimento ainda está sendo investigado, mas a polícia não descarta a possibilidade de tratar-se de tráfico de drogas. Após os disparos, policiais militares fizeram buscas pela região, mas não conseguiram encontrar a dupla, que já foi identificada. "Almirante Tamandaré está muito violenta e freqüentemente nós atendemos situações de briga nas escolas. Antigamente os alunos diziam: te pego lá fora. Agora eles dizem: te mato lá fora", finalizou o investigador.

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