Entre campos e morros do bucólico bairro Santarém, em Fazenda Rio Grande, um homem foi assassinado na madrugada de ontem. José dos Passos de Oliveira Terra, pedreiro, 46 anos, levou pelo menos dois tiros e caiu morto à beira de uma estrada de chão que dá acesso a uma chácara e a uma grameira, debaixo de torres de alta tensão. Ele teria sido vítima de assaltantes.
José morava na Vila Nossa Senhora Aparecida, Cidade Industrial, e saiu de casa quinta-feira à tarde para buscar uma maquita (ferramenta para corte de cerâmica) na casa de um amigo, em Fazenda Rio Grande. Ele foi com seu velho Voyage preto, levando o celular.
Anoiteceu e José não mandou notícias. A família passou a madrugada em claro, nervosa, ainda mais porque o celular sempre caía na caixa postal. Pela manhã a cunhada dele, Helena Souza de Lima, escutou num programa policial de rádio que um homem, até então não identificado, havia sido morto em Fazenda Rio Grande. A descrição das características físicas e das vestes coincidiam com as de José, e a própria Helena foi ao Instituto Médico Legal fazer a triste constatação de que a vítima era mesmo o cunhado.
Roubo
Carro, documentos e celular do pedreiro desapareceram, caracterizando o crime como latrocínio. A solidão do lugar – no final da Rua Namíbia – dificultou a localização de testemunhas por parte da polícia. A residência mais próxima fica a 200 metros, e ninguém na região disse ter escutado os tiros.
A perita Clélia, da Polícia Científica, acredita que o assassinato tenha ocorrido durante a madrugada – o corpo só foi encontrado às 7h. O homem foi baleado na testa, à queima-roupa, e no peito. Havia outra perfuração na boca, mas a perita não precisou se era proveniente de tiro.
A Delegacia de Fazenda Rio Grande, responsável pela investigação, deve ouvir o dono da maquita para saber se José esteve lá e se há outras pistas do assassinato.