O delegado Stélio Machado, 47 anos, afastado da Delegacia de Homicídios há mais de três meses, pode ser definitivamente expulso do quadro da Policia Civil. O último escândalo envolvendo o delegado aconteceu no dia 20 de fevereiro, quando ele foi preso em flagrante por crime de concussão (extorsão praticada por funcionário público).

O Conselho da Polícia Civil votou, na última terça-feira, pela exoneração de Stélio, mas o motivo não foi divulgado. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Jorge Azor Pinto, quem deverá dar a palavra final sobre o caso será o governo do Estado. “Nossa decisão será enviada ao secretário de Segurança Pública e ao governador, cabe a eles decidirem pela exoneração ou não do delegado. Além disso, Stélio também tem o direito de recorrer da decisão”, disse Azor.

O Conselho da Polícia Civil é formado por nove integrantes, entre eles promotores e procuradores do Estado.

Escândalos

Apesar do delegado geral negar-se a falar sobre o caso específico que levou o Conselho a pedir pela demissão de Stélio, pelo menos duas situações polêmicas marcaram a estada dele na Delegacia de Homicídios. No dia 10 de outubro do ano passado, o delegado promoveu uma sessão de “exorcismo” no prédio da especializada para libertar o travesti “Tainá” de seus demônios. Por causa desse ocorrido, o Grupo Dignidade entrou na Justiça contra Stélio.

Cerca de quatro meses depois, o delegado foi preso. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Stélio e outros dois investigadores, todos lotados na Delegacia de Homicídios, detiveram sem mandado judicial, em uma chácara em São José dos Pinhais, Noboro Kamura Júnior, sua companheira, Marilsa Bauch, e outras duas pessoas. Eles foram encaminhados à DH, sob a acusação de receptação. Teriam exigido R$ 30 mil para que não fosse lavrado flagrante.

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