Fuzilado com pelo menos 20 tiros, o mecânico Marcos Lázaro Sell, 29 anos, foi encontrado morto no início da manhã de ontem, no Jardim das Américas. Com disparos nas costas, no braço e na nuca, a vítima estava caída no quilômetro 82 da BR-277, sentido Curitiba-litoral, próximo à Rua José Lucas. De acordo com testemunhas, o crime aconteceu às 2h, mas somente quando amanheceu o cadáver foi achado por populares.

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Foram os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) os assassinos de Marcos, que era conhecido como "Kito". O motivo da morte foi que Marcos era um dos melhores amigos de "Tintoninho", o homem que os criminosos vieram de São Paulo para matar. A denúncia foi feita à reportagem da Tribuna, logo após a morte do rapaz, por moradores de Pinhais, que presenciaram o drama vivido pela vítima e por sua família.

Segundo as fontes, durante toda a tarde de ontem, homens ocupando motocicletas circularam pela Vila Tebas à procura de ?Tintoninho?. "Eles queriam cobrar uma dívida. É que este "Tintoninho’ foi para São Paulo e comprou uma grande quantidade de droga do PCC, só que não pagou. Deu o calote", contou uma das testemunhas.

Após rondarem a vila à procura de "Tintoninho", os criminosos foram até um bar, situado na Rua Jacob Macanhã. Eles perguntaram por "Tintoninho", que havia fugido da Vila Tebas há três dias. Ao saberem que o homem, marcado para morrer, havia fugido, os bandidos falaram que levariam Marcos.

Seqüestro

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Na noite de terça-feira, Marcos saiu de sua casa, em Pinhais, para ir até um bar, na Vila Tebas, com seu Escort placa ANI-2201. Informações da Delegacia de Homicídios dão conta de que, por volta da meia-noite, chegaram vários homens no estabelecimento, ocupando motocicletas e um veículo. Armados, eles ser dirigiram ao mecânico e, mediante ameaças, o arrastaram até o carro. Em seguida, todos saíram e não foram mais vistos. Os criminosos não se interessaram pelo carro da vítima, que ficou regularmente estacionado próximo ao estabelecimento.

Quase duas horas depois, moradores do Jardim das Américas foram acordados por estampidos. Alguns afirmam ter visto os criminosos saindo em um Monza marrom. O superintendente Miguel Gumiero, da Delegacia de Homicídios, informou que Marcos não tinha antecedentes criminais.

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Morte ouvida pelo celular

Com Marcos Lázaro Sell, dentro do carro, os quadrilheiros telefonaram para o celular de um irmão do rapaz e avisaram que estavam com ele. Os marginais propuseram fazer uma troca e avisaram: "Não perdermos viagem. Viemos de longe". Os criminosos imaginaram que a família de Marcos sabia onde estava "Tintoninho" e iria entregá-lo, mas se enganaram.

Para intimidar, os quadrilheiros torturavam a vítima. Do outro lado da linha, seu irmão ouvia Marcos implorar pela vida: "Não me mate". Também escutava gemidos e choros. Após horas de sofrimento, os quadrilheiros avisaram que iriam executar Marcos. Os disparos foram ouvidos do outro lado da linha, pelo irmão da vítima, que nada pôde fazer para salvar a vida de Marcos.

De acordo com os denunciantes, os quadrilheiros continuam atrás de ?Tintoninho?. "Os irmãos de ?Tintoninho?, conhecidos por ?Sebão? e ?Ninho’, que estão presos, também devem aparecer mortos dentro do presídio. Os caras não estão de brincadeira não", argumentou a testemunha.