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Metralhadora abandonada
pelos criminosos.

Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) estão por trás de várias execuções ocorridas nos últimos meses, em Curitiba. A informação é da Delegacia de Homicídios, que está tentando localizar cinco homens e uma mulher do bando que está aterrorizando a cidade. Luís Fernando Alves, o "Janjão", Francisco Guerreiro, mais conhecido como "Nenê", Klein Anderson Caetano, Viviane Claudinei, um homem identificado apenas como "Carioca" e outro como "Paulista" são apontados como autores do latrocínio do empresário Carlos Alberto Nepuceno, 51 anos, que aconteceu na madrugada de 30 de outubro.

O grupo ainda é acusado de executar o vendedor ambulante Jorge Henrique Moreira Ribeiro, 19, no dia 28 de outubro. Outra morte atribuída aos integrantes do PCC é a da traficante Marli Celestino Cazilio Silva, a "Polaca", 42, no dia 22 de outubro. Os marginais ainda são apontados como autores do atentado contra o investigador da Polícia Civil Eliel Barbosa Ribas, 29, lotado no 3.º Distrito (Mercês), no dia 14 de outubro.

O delegado Luís Alberto Cartaxo de Moura, titular da Delegacia de Homicídios, informou que além dos assassinatos o grupo está envolvido com assaltos e com o tráfico de drogas.

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Cartaxo salientou que a quadrilha é de alta periculosidade e está em guerra com traficantes da Vila Nossa Senhora da Luz. "Eles pegaram um quilo de cocaína e não pagaram a um dos chefes do tráfico de drogas, que também é perigoso." Uma metralhadora, fabricada em 1950, e mais de cem munições, que foram apreendidas pelos policiais da Delegacia de Homicídios, demonstram que o grupo não está apenas a passeio, em Curitiba.

Latrocínio

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De acordo com as investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios, no sábado, dia 29 de outubro, Luís Fernando, "Carioca", "Paulista", Klein, Francisco, Josiane e duas menores se reuniram na casa de uma mulher chamada Andréia. De lá foram para o piscinão na Cidade Industrial, que é público, mas foram impedidos de entrar. Após várias ameaças, invadiram o local e expulsaram as pessoas que ali estavam. "Eles ficaram até à 1h da madrugada de domingo, cheirando cocaína. Depois foram embora usando dois carros, um Pálio branco e um Vectra", contou o superintendente Miguel Gumiero, da DH. Quando o grupo passava pela Rua Rezala Simão, por volta das 2h daquele domingo, acabou o combustível do Pálio. Coincidentemente, eles deparam com o Fiesta Sedam placa MEC-8597, dirigido pelo empresário, que estava acompanhado do amigo, Sidnei Ataíde da Rosa, 38 anos. Os bandidos bateram na traseira do carro. Assim que Carlos desembarcou para ver o que tinha acontecido, foi rendido pelo bando. Armados com a metralhadora e uma pistola, os marginais ordenaram que Carlos e Sidney sentassem no banco traseiro do Fiesta. Aproveitando a distração dos marginais, Sidney correu para um matagal, enquanto um dos bandidos dava coronhadas de pistola na cabeça do empresário. A arma disparou na cabeça da vítima, que teve morte instantânea. Outros integrantes do grupo entraram no matagal atrás de Sidnei, que só não teve o mesmo fim do amigo porque Luís Fernando não sabia manusear a metralhadora. Irritado, o rapaz jogou a metralhadora no matagal e retornou para o veículo, onde estavam os comparsas, mas só encontrou o Fiesta e o empresário morto. Todos já haviam ido embora, usando os outros veículos, que provavelmente também eram roubados.

Seqüência de outras mortes

O delegado Luís Alberto Cartaxo de Moura, titular da DH, informou que o vendedor ambulante Jorge Henrique Moreira Ribeiro, 19 anos, foi executado por Klein Anderson Caetano. O crime aconteceu às 2h40 do dia 28 de outubro, na Rua Alfredo Bufren esquina com a Rua Riachuelo, no centro da cidade. De acordo com as investigações, Klein assassinou Jorge porque acreditava que ele era o autor do homicídio de um de seus cunhados, chamado Edson e conhecido como "Furtado". O crime ocorreu no final de setembro. Diante das suspeitas, Klein pegou um táxi e foi até o hotel onde a vítima morava. O taxista já foi localizado pelos policiais da Delegacia de Homicídios e interrogado. Ele confirmou o que aconteceu naquela madrugada. "O Klein vai até o local do crime e foge de táxi. Este é o modus operandi deste marginal", salientou o superintendente Miguel Gumiero, da DH.

Traficante

Gumiero disse que uma semana antes, no dia 22 de outubro, Klein e outros integrantes do grupo seqüestraram Marli Celestina Cazilo Silva, 42 anos, na Rua Cruz Machado. A mulher foi baleada na frente de várias testemunhas e antes de colocá-la ferida dentro do Astra preto, roubado minutos antes, às 3h30 do dia 22 de outubro, os criminosos ainda dispararam uma rajada de metralhadora na rua. Um dos tiros atingiu a perna de outra mulher que estava no local. Depois, os marginais levaram Marli até a Estrada da Colônia Augusta, a um quilômetro do Contorno Sul, onde a abandonaram morta.

Atentado

Os motivos do grupo para atirar no investigador da Polícia Civil Eliel Barbosa Ribas, 29 anos, ainda não foram totalmente esclarecidos, mas há suspeita de que a presença do policial na esquina das ruas Saldanha Marinho e Alameda Cabral não agradou uma das facções do tráfico que dominam a região, considerada como uma das mais movimentadas da cidade durante a noite. O policial foi ferido por quatro disparos, que atingiram a barriga, o rosto, as costas e uma das mãos. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Evangélico. O atentado ocorreu na madrugada do último dia 14.